A chegada da seleção ao aeroporto Humberto Delgado estava prevista para as 12:35 e não se registaram atrasos. Pouco depois das 13:00, já os jogadores se encontravam junto ao autocarro.

Ao som cânticos de apoio e do hino nacional, os jogadores, visivelmente felizes, desfilaram com a taça de campeões do mundo, conquistada este domingo.

As primeiras palavras (e únicas nesta recepção junto ao aeroporto) foram de Zicky, que atribuiu esta conquista "à união, à garra e ao sentimento de família" da seleção nacional de futsal.

A comitiva seguiu diretamente para a Cidade de Futebol, para depositar a taça no local onde irá ficar daqui em diante, junto dos principais troféus conquistados pelas seleções nacionais de futebol.

O hino fez-se ouvir tanto no aeroporto Humberto Delgado como em Oeiras, onde a seleção foi recebida por vários adeptos e também por Fernando Santos, o selecionador nacional de futebol, que fez questão de marcar presença.

Ao som de "A minha casinha", dos Xutos e Pontapés, os jogadores celebraram a conquista deste troféu.

Em declarações à imprensa, Bebé assumiu que "são muitas as emoções" neste momento. De volta ao jogo, recorda: "só queríamos que o tempo corresse e o tempo estava sistematicamente a parar. Mas o objetivo foi cumprido", congratulou-se.

Já João Matos assumiu que ainda não está "bem ciente" da "grandiosidade deste feito", nem ele, nem os colegas.

Ricardinho, eleito o melhor jogador do mundial de futsal, disse que estar perante esta conquista o fez regressar ao momento em que decidiu ser operado, há cerca de seis meses, para poder competir nesta prova. "Valeu a pena (...) Parece que o Homem lá em cima tinha algo guardado para nós, lutámos, fomos atrás, acreditamos e está aqui a taça connosco", disse.

Para o jogador, trazer a taça para casa foi "foi tocar mais uma vez o céu" e a expectativa é ser inspiração para seleção de futebol no Qatar.

Para Pany Varela esta seleção é feita de "17 grandes obreiros. Estávamos todos com um espírito de quem queria ganhar e foi isso que nos levou a conquistar" o campeonato do mundo, disse, escusando qualquer destaque para o seu desempenho neste último jogo, em que marcou duas vezes. "Quem fez o golo é pouco relevante, Portugal venceu e vamos focar-nos nisso", disse.

Bruno Coelho confidenciou aos jornalistas que a partir do momento em que a seleção de futsal passou os quartos de final estava certo de que iriam ser campeões do mundo: "quando acreditamos muito é difícil de nos contrariar. E nós acreditámos muito, fizemos história". O jogador lembra ainda que no momento do apito final foi "atropelado por Ricardinho".

O selecionador da nacional de futsal Jorge Braz assumiu que "este é o patamar em que queremos estar, agora é estar aqui de forma sustentável, contínua", disse. "Andamos há alguns anos a trabalhar para estar nas finais e estando nas finais podemos conquistar títulos. Nem sempre vamos ganhar, mas vamos estar". "Temos capacidade para estar neste nível, para estar nos melhores do mundo", reiterou. E para treinar campeões basta "dar-lhes confiança e acreditar neles", disse.

Em seguida, a comitiva portuguesa será recebida no Palácio de Belém pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pelas 15:00.

A seleção portuguesa de futsal sagrou-se pela primeira vez campeã mundial ao vencer por 2-1 a Argentina, que detinha o título, na final do Campeonato do Mundo de 2021, disputada em Kaunas, na Lituânia.

Portugal chegou a deter uma vantagem de dois golos, graças ao ‘bis’ de Pany Varela, aos 15 e 28 minutos, mas a seleção sul-americana, que defendia o título mundial conquistado em 2016, na Colômbia, reduziu por Claudino, aos 28, e manteve a incerteza até ao fim.

Portugal, que tinha como melhor resultado de sempre na competição o terceiro lugar alcançado em 2000, na Guatemala, tornou-se o quarto país a erguer o troféu, depois de Brasil, Espanha e Argentina, juntando o título mundial ao europeu, que conquistou, também pela primeira vez, em 2018, na Eslovénia.