“É um passo importante. É o reconhecimento da competência que a jogadora portuguesa tem tido a nível internacional. (…) Quanto mais competitivos somos a nível internacional, melhor é a nossa posição no ranking, melhor será a nossa oportunidade de estar nas grandes competições”, sustentou Francisco Neto, em declarações à Lusa.
Até hoje, Portugal tinha como melhor registo no ranking da FIFA o 30.º lugar, alcançado por duas vezes, em março de 2019 e em dezembro de 2020, altura em que alcançou, simultaneamente, a melhor classificação de sempre no fim de um ano civil.
Para a subida ao 29.º lugar da hierarquia mundial contribuiu o desempenho da equipa das ‘quinas’ na qualificação para o Europeu de 2022, apesar de ter sido afastada no ‘play-off’ de acesso à fase final, pela Rússia, ao perder por 1-0 em Lisboa e empatar 0-0 em Moscovo.
O treinador reconheceu que ficou “um sabor amargo nesta qualificação”, mas elogiou “o nível competitivo apresentado por Portugal em todos os jogos”, decisivo para a subida na classificação da FIFA, que terá reflexos positivos em futuras competições.
“A subida no ranking permite-nos estar em potes melhores, evitando adversários com rankings superiores e isso permite que sejamos mais competitivos”, notou Francisco Neto, assinalando que Portugal poderá, “também pela primeira vez na história”, ficar integrado no pote dois no sorteio para a qualificação para o próximo Mundial.
O selecionador advertiu que a subida na hierarquia “será sempre lenta” e não se comprometeu com prazos para uma entrada da seleção nacional nas 20 primeiras classificadas, mas lembrou que “há sete ou oito anos ninguém acreditava que Portugal chegasse ao ‘top 30′ no ranking mundial”.
“Tudo iremos fazer para crescer. (…) As fundações estão lançadas, estamos com uma base sustentada, com o trabalho bem orientado e acho que, se continuarmos neste registo, poderemos um dia lá chegar”, prenunciou.
Para Francisco Neto, a criação da Liga feminina foi um ponto de viragem na modalidade em Portugal, potenciado pela ‘entrada em cena’ de Sporting, Sporting de Braga e Benfica, que “trouxeram outro tipo de visibilidade (…) e garantiram condições de profissionalismo às jogadoras”.
“Não nos podemos esquecer nunca dos clubes que, não sendo ditos grandes, mas que sempre estiveram no futebol feminino e que sempre apostaram nestas jogadoras e que as fizeram desenvolver”, defendeu.
O “mercado estrangeiro” também começa a render-se às qualidades da futebolista portuguesa e o técnico observa que já “é procurada por grandes clubes” e a emigração faz-se hoje “para lutar por títulos e ter condições competitivas de excelência”.
“Este equilíbrio para nós é fundamental. Ter uma boa liga, em que as jogadoras competitivamente possam crescer (…), e, ao mesmo tempo, ter jogadoras em grandes clubes e em grandes competições, para se poderem desenvolver e crescer e isso faz com que a nossa seleção seja mais forte”, explicou.
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