O triunfo da dupla campeã olímpica na capital do Qatar acontece dois dias apenas de se conhecer a decisão, desfavorável para a atleta e favorável para a Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF), relativamente às novas regras para atletas com hiperandrogenia.
Só na manhã de quinta-feira o nome de Semenya apareceu na lista de inscritos e hoje confirmou estar em grande forma, ao ganhar em 1.54,98 minutos (melhor marca mundial do ano), à frente de outra atleta hiperandrógena, a burundesa Françine Niyonsaba, e de Ajee Wilson, dos Estados Unidos.
“Trata-se de inspirar o mundo. É mais do que um jogo, mais do que desporto. Trata-se da dignidade humana, do orgulho. As pessoas combatem-me, mas eu não as combato”, disse a atleta no final. “A corrida foi fantástica e fiz o que tinha a fazer, estou mesmo feliz. Penso que estou neste mundo por uma razão, vivemos uma vida aborrecida e temos de aproveitar cada instante”, acrescentou.
Na quarta-feira, o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) afastou o recurso de Semenya contra as novas regras da IAAF, que obrigam as atletas hiperandrógenas a baixar a testosterona para menos de cinco nmol/litro de sangue.
As atletas como Semenya ou Niyonsaba têm até 08 de maio para baixar aquela taxa, com ajuda de tratamento, caso queiram participar das corridas de 400 metros à milha (1.609 metros), nas competições internacionais.
Será o caso, nomeadamente, dos Campeonatos do Mundo, que terão lugar de 27 de setembro a 06 de outubro, igualmente em Doha.
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