Aos 20 anos, a australiana é cada vez mais um caso sério na modalidade e, hoje, demonstrou que pode muito bem vir a ser uma das grandeS figuras destes Jogos Olímpicos, ao conquistar o seu segundo ouro, com um novo recorde olímpico (1.53,50 minutos).

Dois dias depois de destronar Ledecky nos 400 livres, Titmus voltou a dominar os 200, tornando-se a terceira australiana a fazer a ‘dobradinha’, depois de Shane Gould (1972) e Ian Thorpe (2004).

“Estou completamente exausta. […] Para ser sincera, não era o tempo que pensava que poderia fazer, mas são os Olímpicos e há muitas variáveis, por isso basta ganhar aqui. Estou muito feliz”, descreveu a agora bicampeã olímpica.

Mais surpreendente do que a vitória da nova rainha das piscinas foi o resultado da sua antecessora: naquela que foi apenas a sua segunda final individual perdida nas suas três participações olímpicas, a norte-americana não foi além do quinto lugar, a uns distantes 1,71 segundos.

Quem beneficiou do ‘naufrágio’ de Ledecky - que haveria de ‘redimir-se’ uma hora depois ao converter-se na primeira campeã olímpica dos 1.500 metros, distância em estreia nestes Jogos - foi Siobhan Bernadette Haughey, medalhada de prata com um novo recorde da Ásia.

Depois de tornar-se, em 2019, a primeira nadadora de Hong Kong a disputar a final de um Mundial, hoje foi 42 centésimos mais lenta do que Titmus e bateu a canadiana Penny Oleksiak na luta pelo segundo lugar no pódio.

Com todos os olhos centrados no novo duelo entre Ledecky e Titmus – voltarão a encontrar-se nos 800 -, o recorde de Federica Pellegrini quase passou despercebido: a italiana, muito aplaudida à entrada para o Centro Aquático de Tóquio, entrou na história ao tornar-se na primeira nadadora a disputar uma quinta final olímpica na mesma distância, depois de Atenas2004 (prata), Pequim2008 (ouro), Londres2012 (quinta) e Rio2016 (quarta).

Aos 32 anos, a ‘Divina’, como é carinhosamente apelidada pelos seus compatriotas, foi apenas sétima na final, mas manteve intacto o seu estatuto de recordista mundial dos 200 livres – detém a melhor marca mundial desde que, em julho de 2009, nadou em 1.52,98 minutos.

Num dia de ‘rainhas depostas’, a lenda húngara Katinka Hosszu prosseguiu a sua dececionante prestação em Tóquio2020 com um longínquo sétimo posto nos 200 estilos, prova em que é recordista mundial e olímpica.

A tripla campeã olímpica e nove vezes campeã mundial viu Yui Ohashi reafirmar-se como sua sucessora nos estilos, já que a japonesa juntou hoje o título nos 200 ao dos 400 alcançado há três dias.

Ohashi, que garantiu, no domingo, o primeiro ouro na natação para a nação organizadora dos Jogos, cumpriu os 200 estilos em 2.08,52 minutos, relegando as norte-americanas Alex Walsh, segunda a 13 centésimos, e Kate Douglass, terceira a 52, para os restantes lugares do pódio.

Na única final individual masculina do dia, Kristof Milak deu uma alegria à Hungria, ao vencer os 200 mariposa, naquele que é o primeiro ouro olímpico do nadador de 21 anos.

Campeão do mundo em título, Milak não conseguiu esconder a sua deceção, apesar da vitória, por ter batido ‘apenas’ o recorde olímpico que pertencia a Michael Phelps desde Pequim2008, agora fixado nos 1.51,25 minutos, mas não a sua melhor marca mundial (1.50,73).

Ao seu lado no pódio, o húngaro teve o japonês Tomoru Honda, prata a 2,48 segundos, e o italiano Federico Burdisso, bronze a 3,20.

Já depois de Ledecky, à terceira tentativa, ganhar o primeiro dos cinco ouros a que aspirava, nos 1.500 metros livres, diante da compatriota Erica Sullivan e da alemã Sarah Kohler, com o inevitável recorde olímpico (15.37,34), saltaram para a piscina as estafetas dos 4x200 livres, com a Grã Bretanha a chegar ao ouro.

Tom Dean, campeão dos 200 livres, e o seu ‘vice, Duncan Scott, lideraram a estafeta britânica, composta ainda por James Guy e Matthew Richards, que venceu com o tempo de 6.58,58 minutos, com o Comité Olímpico da Rússia e a Austrália a conquistarem, respetivamente, a prata e o bronze, e a deixaram surpreendentemente os Estados Unidos fora do pódio.