David Raimundo, que falava à chegada a Lisboa após os Jogos Mundiais de Surf, que se realizaram em El Salvador, salientou que Portugal tem de agarrar a oportunidade em Tóquio e que Frederico Morais, Teresa Bonvalot e Yolanda Sequeira irão lutar pelas medalhas.
“Não vamos partir como favoritos, não é o nosso principal objetivo, mas vamos lutar pelas medalhas até ao fim das nossas forças. Não sabemos se vamos poder voltar a estar nuns Jogos Olímpicos num futuro próximo, sem sabemos se o surf vai continuar como disciplina olímpica. Neste momento temos uma oportunidade e vamos fazer dela uma possibilidade para voltar a fazer história para Portugal. Temos três atletas, vamos tentar que um deles consiga lutar e alcançar uma medalha nos Jogos Olímpicos”, disse.
Para David Raimundo, é “um orgulho enorme” ter três surfistas a representar Portugal, embora tenha ficado um amargo de boca pela não qualificação de Vasco Ribeiro “que ficou a um 'heat' do sonho olímpico”.
“Este é um feito gigante para o desporto português e para o surf em particular”, defendeu.
Mais moderada, a agora vice-campeã do mundo Yolanda Sequeira reconhece ter a “pressão de Portugal em cima dos ombros”.
“Ficar em segundo lugar e qualificar-me para os Jogos Olímpicos foi absolutamente incrível. Agora a pressão de Portugal está um bocadinho em cima dos nossos ombros. A Teresa, o Frederico e eu vamos dar o nosso melhor e vamos tentar representar Portugal da melhor maneira. O mundo já sabe que Portugal tem bom surf e vamos lá levar tudo. Não tenho dúvidas que Portugal vai mostrar um surf forte e metê-lo lá em cima no topo”, garantiu.
Com o pensamento e os olhos em Tóquio, Teresa Bonvalot seguiu o discurso de David Raimundo e acredita que Portugal pode brilhar nos Jogos Olímpicos.
“Portugal pode esperar o melhor. Trazer medalhas para Portugal. Vamos representar Portugal ao mais alto nível, com a nossa garra, a nossa atitude e a dar o máximo”, asseverou.
Por sua vez, o presidente da Federação Portuguesa de Surf, João Aranha, relembrou que a contratação de David Raimundo para o comando da seleção visava melhorar a competitividade lusa.
“Estamos esperançados nas medalhas, por isso é que lutamos. Dissemos desde o início, em 2014, que a intenção era de conquistar mais títulos, de ter seleções mais competitivas para conseguir lugares de topo. Estamos a conseguir e agora só esperamos conseguir também medalhas nos Jogos Olímpicos. É para isso que trabalhamos”, afirmou.
À semelhança de várias federações, o surf sofreu um corte orçamental das verbas provenientes do Estado, mas João Aranha garante que isso não afetará o rendimento dos atletas em Tóquio uma vez que estão integrados na comitiva portuguesa do Comité Olímpico.
“Todas as modalidades levaram um corte orçamental substancial. Somos a modalidade menos financiada, com o orçamento mais pequeno. Temos dificuldades em adaptar-nos, mas temos o apoio do Comité Olímpico desde o primeiro minuto. A equipa está formada, os apoios estão feitos e eles vão inseridos na equipa. Não é diretamente um gasto da federação. A preparação é que pode vir a ser. Nomeadamente os estágios e os apoios aos atletas. Vamos tentar gerir”, frisou.
Portugal parte para os Jogos Olímpicos de Tóquio com três surfistas. São eles Frederico Morais, Yolanda Sequeira e Teresa Bonvalot. Estas duas últimas conquistaram no passado fim de semana, respetivamente, a medalha de prata e de bronze nos Jogos Mundiais, em El Salvador.
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