“Sabemos que o favorito está do outro lado, isso é inegável, pelo poderio, pela qualidade que tem. Agora, o jogo está muito longe de estar resolvido”, reforçou Tozé Marreco, na antevisão à partida marcada para o Estádio Algarve, onde os algarvios recebem os chamados ‘grandes’ nesta temporada.

O técnico do 17.º e penúltimo classificado do campeonato, a viver ciclos de seis jogos sem vencer e três derrotas consecutivas, salientou que “nem uma nem outra equipa atravessam uma fase boa”, mas disse esperar uma grande resposta dos seus jogadores.

“O jogo pode ser decidido de várias formas, não pode ser decidido é por falta de agressividade nossa, por falta de crença, por falta de organização. Isso não pode acontecer e eu tenho a certeza de que vamos dar uma grande resposta, não só hoje [amanhã] como até ao final do campeonato, estou absolutamente confiante nisso”, frisou.

Tozé Marreco colocou o seu lugar à disposição, após a derrota caseira (0-2) do Farense com o Nacional, mas recebeu um voto de confiança da administração da SAD, tendo considerado que o seu lugar está sempre “muito ligado” aos resultados.

“Nós não temos margem para mais más fases, para jogos sem pontuar, nós não temos esta margem, infelizmente. O meu exame de consciência, a minha responsabilidade, a minha maturidade — a palavra certa é responsabilidade — exige-me sempre que, primeiro, não minta, que diga sempre a verdade, que lide com ela, e que esteja sempre disponível para as decisões de quem manda. Sabendo sempre que a minha confiança é exatamente a mesma desde o primeiro dia, e sei bem a situação que encontrámos e sei bem como demos a volta. A bem dizer, normalmente, a seguir um voto de confiança, vem um despedimento e, portanto, eu não quero isso, isso não vai acontecer”, referiu.

O técnico do Farense admitiu que, no plano defensivo, a sua equipa não tem tido “os níveis de agressividade muito altos, de atenção, de concentração”, que já evidenciou, embora continue a permitir “muito pouco” em termos de ocasiões ao adversário, e que precisa de alterar o que faz com bola, acrescentando que os reforços de janeiro vão permitir ao conjunto algarvio ser mais efetivo no ataque.

Analisando o adversário de domingo, Tozé Marreco observou uma “alteração significativa daquilo que era o FC Porto de Vítor Bruno”, face à chegada do treinador argentino Martín Anselmi, nomeadamente com a introdução de uma linha de três centrais “extremamente ofensiva”.

“Sabemos o que procuram, o estilo de jogo que querem, uma equipa que tem uma primeira fase de construção muito bem definida, altera o ‘3-4-3’ com o ‘3-5-2’. Muita projeção dos laterais, os laterais a cruzarem e subiram de forma substancial o número de cruzamentos, também. Portanto, sabemos o que vamos encontrar e estamos preparados para isso”, explicou, pedindo à sua equipa para “manter os níveis de competitividade e agressividade altíssimos”.

Farense, 17.º classificado da I Liga, com 15 pontos, e FC Porto, terceiro, com 43, defrontam-se no domingo, às 18:00, no Estádio Algarve, com arbitragem de Tiago Martins, da associação de Lisboa.