Caracóis ou tremoços?
É com um pedido de decisão entre um molusco cozinhado e as típicas sementes das plantas fabáceas que começa a conversa entre Rui Vitória, treinador do SL Benfica, e Pedro Martins, técnico do Vitória de Guimarães, a poucos dias da final marcada para o Jamor, no Estádio Nacional.
A Federação Portuguesa de Futebol, instituição que organiza a prova rainha, sentou os dois timoneiros que vão discutir o último troféu da temporada este domingo para falar das memórias da Taça Portugal, falar os encarnados e dos vimaranenses, numa conversa que não fugiu à festa da mata do Jamor e que terminou com uma conversa sobre dois grandes feitos: a conquista do Europeu de futebol e a vitória de Salvador na Eurovisão.
Aqui reunimos o que de mais ‘futebolês’ se falou, mas o melhor é ver por si mesmo os 24 minutos e 27 segundos de uma conversa de bom fairplay.
As memórias da Taça
Pedro Martins: “Tenho várias recordações, uma estava no Feirense, em 1990/91, numa meia-final contra o FC Porto, num ano em que o Beira-Mar foi à final com o Porto. Eu tinha vindo de uma lesão, tinha sido operado 20 dias antes ao menisco e fui solicitado para jogar aquele jogo”.
O jogo ficaria empatado, na primeira-mão em Santa Maria da Feira, e decidido nas Antas, numa segunda-mão, conta o treinador vimaranense. Lá o Feirense acabaria por perder 2-0.
Rui Vitória: “Quando começo a treinar no Vilafranquense fomos ao antigo estádio das Antas jogar contra o José Mourinho. Uma equipa da segunda divisão ir às Antas jogar contra uma grande equipa foi logo uma grande experiência. Perdemos 4-0, mas entrámos muito bem e foi uma imagem da Taça de Portugal que ficou agradável.
A Mata do Jamor
Rui Vitória: “São as pessoas a viverem de forma descomplexada, a meterem alcoól para dentro do organismo para depois irem para aquele calor depois de uma forma muito mais soltinha, os grelhados... aquilo dá um estado de espírito que depois o jogo é quase o culminar daquele dia”.
Pedro Martins: “É um momento único. Tenho a certeza que muitas famílias vitorianas, por exemplo, vão aproveitar este dia para eles, também”.
SL Benfica
Rui Vitória: “É o meu atual clube, é um clube que me é especial e que nos obriga a ir aos nossos limites. Temos que nos entregar sem reservas e que nos dá a possibilidade de viver momentos que são inesquecíveis. É um prazer enorme trabalhar neste clube”.
Pedro Martins: “É um clube de grande dimensão com uma estrutura forte. É uma equipa grande de objetivos vincados”.
Vitória de Guimarães:
Pedro Martins: “Quem treina o Vitória já está preparado para tudo e mais alguma coisa, já é um grande clube. E o Vitória é um clube de paixão. Por vezes gerir expectativas é o mais difícil naquele clube, no entanto é um clube com uma dimensão extraordinária, adeptos fascinantes e os próprios adeptos sentem isso”.
Rui Vitória: “O Vitória para mim é um clube que me diz muito. Foi o clube onde dei aquele salto em que de facto sentimos que subimos muitos patamares.. É o clube em Portugal mais próximo daquilo que encontramos nos chamados grandes”.
Das ‘fintas no grelhador’ de Neno e Paneira ao brinde entre Vieira e Júlio Mendes
A Taça de Portugal é um evento à parte do restante calendário futebolístico, com um espírito muito diferente das outras competições nacionais. É uma final e obriga a uma romaria de adeptos a um dos locais de culto do futebol português.
É tradição e não há como fugir a ela. No dia da final da Taça de Portugal, a Mata do Jamor enche-se de carros, mesas de picnic, famílias e grupos de amigos que ali convivem e fazem a festa até à hora em que as portas do Estádio Nacional se abrem.
Este ano ao verde do Jamor vai-se pintar de preto, branco e vermelho do Vitória de Guimarães e Benfica.
A Sagres, cerveja oficial da Final da Taça de Portugal pelo 6º ano consecutivo, encontra este ano a feliz coincidência de ter dois clubes que a marca apoia a encontrarem-se no Jamor.
Para promover o fairplay no convívio antes da final, a marca decidiu juntar dois atletas que passaram por ambos os clubes, Vítor Paneira e Neno, o primeiro a representar o Benfica e segundo o Vitória, num vídeo em que ambos se ‘defrontam no grelhador’ antes de fazerem um brinde.
O antigo médio e o ex-guarda-redes jogaram juntos no Benfica, entre 1990/91 e 1994/95, partindo ambos para a cidade berço em 1995/96, atuando os dois no Vitória de Guimarães até à época 1998/99, temporada em que Neno decide pendurar as luvas e Paneira parte para a Académica.
Juntos conquistaram dois campeonatos, ao serviço dos encarnados, em 1990/91 e 1993/94, e uma Taça de Portugal, em 1992/93.
No final do vídeo, os presidentes de ambos os clubes, Luís Filipe Vieira e Júlio Mendes, aparecem a fazer um brinde.
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