António Dias Seabra foi nomeado administrador judicial provisório para acompanhar a gestão do chinês Wei Zhao, competindo-lhe “aprovar todos os atos praticados pelo devedor que envolvam a oneração e a alienação de quaisquer bens ou a assunção de novas responsabilidades que não sejam indispensáveis à gestão corrente da empresa”.
“O administrador tem direito de acesso à sede e às instalações empresariais da empresa e de proceder a quaisquer inspeções e a exames dos elementos da sua contabilidade. A empresa fica obrigada a fornecer-lhe todas as informações necessárias ao desempenho das suas funções”, acrescenta o despacho, a que a Lusa teve acesso.
A partir de hoje, inicia-se o prazo de 20 dias para os 33 credores reclamarem os créditos junto de António Dias Seabra, incumbido de reestruturar todas as dívidas num único plano de pagamento, que permita ultrapassar as dificuldades financeiras manifestadas pela administração do emblema do concelho de Santo Tirso.
O Desportivo das Aves acumula quatro meses de dívidas salariais, responsáveis por 12 rescisões unilaterais de jogadores, e falhou em 29 de julho os requisitos de licenciamento das provas profissionais da época 2020/21, tendo a Comissão de Auditoria da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) detetado três incumprimentos legais e 13 financeiros.
Os nortenhos dispuseram de três úteis para apresentar o recurso nos serviços da Liga de clubes, mas, ao contrário do Vitória de Setúbal, dispensaram a contestação junto do Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), acatando um desfecho que determina a descida por via administrativa ao Campeonato de Portugal.
O Desportivo das Aves, que assistiu na quinta-feira à rescisão unilateral do treinador Nuno Manta Santos, terminou a I Liga de 2019/20 na 18.ª e última posição, com 17 pontos, outros tantos abaixo da zona de ‘salvação’, consumando a descida à II Liga no relvado, a par do Portimonense, penúltimo, com 33 pontos, menos um do que os sadinos.
A LPFP convidou os algarvios a manterem-se na elite e o Cova da Piedade e o Casa Pia a ficarem no escalão secundário, após terem sido despromovidos pela via administrativa, com o cancelamento daquele escalão devido à pandemia de covid-19.
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