“Neste momento, acho que é importante que haja sinergia entre a SAD e o clube. É meu objetivo recandidatar-me às próximas eleições”, revelou aos jornalistas o dirigente, antes do empate na receção ao Belenenses SAD (0-0), no Estádio do Bessa, no Porto, no jogo de conclusão da nona jornada, que manteve o Boavista no oitavo lugar, com 11 pontos.
Vítor Murta falou ao lado do acionista maioritário Gérard Lopez, com quem acordou a venda de 50,78% do capital social da SAD dos ‘axadrezados’ e assumiu ter “sintonia absoluta”, mostrando-se feliz com o rumo seguido pelo clube ao longo do último ano.
“Este é o casamento perfeito. Não nos podemos esquecer que o futebol mudou. Temos um futebol antes e após a covid-19. Para crescer, o Boavista precisava de investimento privado. Só por si, ia ser muito difícil que voltasse a ser o ‘Boavistão’. É um peso que está em cima dos meus ombros, mas tenho a certeza de que foi um passo bem dado”, notou.
O sucessor do histórico João Loureiro recordou que o Boavista teve de encarar “maiores dificuldades” antes da chegada do empresário hispano-luxemburguês, cujo investimento de quase 15 milhões de euros faz almejar um “grande projeto desportivo e financeiro”.
“Temos de sonhar de uma forma sustentada. Sonhar é muito bonito, mas há que ter os pés muito bem assentes no chão. Estamos a criar uma base sustentada para podermos ganhar mais vezes nos próximos anos. Ninguém tem uma solução instantânea para ganhar já”, concluiu Vítor Murta, logo após Gérard Lopez ter referido aos jornalistas que ambiciona ver as ‘panteras’ de volta às provas europeias dentro de “dois a três anos”.
O advogado e antigo presidente-adjunto do Boavista foi eleito sem oposição nas eleições dos corpos sociais para o triénio 2019-2021 em dezembro de 2018, ao reunir 75,7% das preferências, que corresponderam a 334 votos de associados, 54 brancos e 53 nulos.
A entrada do grupo de Gérard Lopez foi aprovada por unanimidade pelos sócios, numa assembleia-geral efetuada em 10 de outubro de 2020, e concretizada em 28 de julho deste ano, ficando o clube a deter 10% na sociedade gestora do futebol profissional.
Este aumento de participação levou a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários a determinar em agosto que o investidor, que também comanda os franceses do Bordéus, avançasse com uma Oferta Pública de Aquisição obrigatória sobre as ações da SAD.
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