“Os jogadores querem e gostam de jogar, mas é preciso criar condições para que apenas se preocupem em jogar bem, ganhar e defender as cores do seu clube. Com as regras bem definidas, que ainda não estão, é mais fácil para todos. Não diria que é um futebol anormal, mas é diferente daquilo que estamos habituados”, frisou o experiente técnico, na conferência de antevisão ao duelo com o Portimonense.
O campeonato vai ser reatado na quarta-feira, com a deslocação dos minhotos ao terreno do antepenúltimo classificado, no primeiro dos 90 desafios das últimas 10 rondas, que serão realizadas sob fortes restrições e sem público nos estádios até 26 de julho, após quase três meses de paragem motivada pela pandemia de covid-19.
“Trabalhámos afincadamente para que os jogadores se apresentem em condições satisfatórias, mas é uma situação completamente nova. Ninguém pode fazer julgamentos precisos sobre como as equipas irão aparecer e como será a qualidade dos jogos e os resultados. É uma incógnita grande e até nós estamos curiosos”, contou.
Defendendo que os 18 clubes “arrancam em igualdade de circunstâncias”, Vítor Oliveira mostrou-se satisfeito com o “empenhamento” do plantel gilista em “trazer verdade desportiva e levar a prova até ao fim”, apesar da preocupação com “dúvidas permanentes dos jogadores, que provocaram desconcentração e afetaram a qualidade exigida”.
“Não fizemos uma coisa extremamente importante: aqueles particulares que antecedem o início do campeonato e dão para aquilatar melhor o potencial, valorização e crescimento da equipa. A parte física será preocupante e teremos de ter muita atenção às lesões. Mais grave que isso tudo, não ter público nos estádios é quase matar o futebol”, criticou.
Sem “grandes alterações” em perspetiva, o treinador só pensa em “voltar rapidamente aos níveis de confiança, físicos e psicológicos” verificados em meados de março, de forma a culminar “com tranquilidade” o regresso administrativo ao principal escalão, a partir do Campeonato de Portugal, na sequência do ‘caso Mateus’.
“Não vamos dizer que a manutenção está muito difícil, mas temos vários exemplos de equipas que estavam praticamente garantidas e não conseguiram os objetivos. Penso que isso não vai acontecer aqui, mas é muito importante não facilitar. Damos as coisas por consumadas e depois andamos com as calças na mão sem necessidade”, alertou.
Ao abrigo do protocolo estabelecido para o reinício da I Liga, os plantéis de Portimonense, Gil Vicente, Famalicão e FC Porto submeteram-se no domingo à primeira fase de despistagem obrigatória da covid-19, com um período de antecedência de 72 horas a cada encontro, tendo os ‘galos’ revelado na segunda-feira a ausência de casos positivos.
Vítor Oliveira viajará ao Algarve sem o extremo brasileiro Lourency, suspenso depois de ter cumprido uma série de cinco cartões amarelos no empate caseiro frente ao Santa Clara (1-1), em 08 de março, enquanto o defesa Fernando Fonseca sofreu uma lesão da sindemose, que tem implicado um longo processo de recuperação pós-operatória.
O Gil Vicente, nono colocado, com os mesmos 30 pontos de Moreirense e Santa Clara, visita o Portimonense, antepenúltimo, com 16, seis abaixo da zona de salvação, na quarta-feira, às 19:00, no Portimão Estádio, no jogo inaugural da 25.ª jornada do campeonato, que é liderado pelo FC Porto, com 60 pontos, mais um que o campeão Benfica.
Além da I Liga, também a final da Taça de Portugal, entre ‘dragões’ e ‘águias’, integra o plano de desconfinamento face à pandemia de covid-19, ainda em data e local a designar.
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