É apenas a segunda vez em 82 anos de história que o clube minhoto ascende à I Liga, o que garantiu após a vitória folgada por 5-2 na última jornada, sobre o Vilafranquense, que desceu de divisão.
A maior figura do Vizela é o seu treinador, Álvaro Pacheco, de 49 anos, que conseguiu um feito histórico e inédito no clube minhoto, ao subir em duas épocas consecutivas o Vizela do terceiro para o primeiro escalão do futebol nacional.
Na última época, o Vizela disputava a série A do Campeonato de Portugal e, após decisão da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), ascendeu à II Liga, com o Arouca, uma vez que eram as equipas mais bem classificadas de entre todas as séries à altura da interrupção, a nove jornadas do fim, e posterior cancelamento da prova, devido à pandemia de covid-19.
A única participação dos vizelenses na então I Divisão aconteceu na já longínqua época de 1984/85, mas a estadia foi curta porque, sob o comando técnico de José Romão a equipa ficou em último lugar e desceu.
Sendo a grande surpresa do campeonato, o Vizela fez uma época extraordinária, com 18 vitórias, 12 empates e apenas quatro derrotas, tantas como o campeão Estoril Praia, tendo apresentado um futebol positivo e ofensivo — foi, aliás, o melhor ataque da prova com 59 golos.
A particularidade vai para o facto desses quatro desaires terem ocorrido nas oito primeiras jornadas, tendo os três últimos sido de forma consecutiva (nas sexta, sétima e oitava rondas).
A partir daí, da derrota fora com o Arouca, em 1 de novembro do ano passado (2-1), não mais o Vizela voltou a perder, registando 26 jogos seguidos, mais de seis meses e meio, a pontuar.
Com um plantel curto e com poucos reforços, o ‘onze' do Vizela pouco oscilou durante a maior parte da época e foi formado muitas vezes maioritariamente por jogadores que vinham da época anterior.
O ponta de lança brasileiro Cassiano, de 31 anos, ex-Boavista, foi decisivo na caminhada dos minhotos, como o facto de ter sido o melhor marcador da II Liga, com 16 golos ajuda a explicar, destacando-se o apoio crucial na frente de ataque de Tavinho, Kiko Bondoso e Francis Cann.
Os centrais Matheus e Aidara fizeram uma das melhores duplas do campeonato, à frente dos quais o experiente Marcos Paulo ditou leis.
No meio-campo destacaram-se ainda Samu, com formação no Boavista e FC Porto, com oito golos e várias assistências, e Raphael Guzzo, médio internacional português nas camadas jovens e com passagem na formação do Benfica, que chegou a Vizela apenas em janeiro, mas rapidamente se impôs com golos, como o 'bis' da última ronda, e assistências fundamentais.
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