Aos 25 anos, o ciclista de A-dos-Francos concluiu a estreia no Tour na quarta posição, superando o quinto posto de José Azevedo em 2004 e ‘aproximando-se’ de Agostinho, o único luso a subir ao pódio da maior prova velocipédica internacional, ao ser terceiro em 1978 e 1979.
Depois de, no ano passado, ter sido o primeiro português a concluir a Volta a Itália entre os três primeiros, Almeida confirmou hoje o seu estatuto de segundo melhor voltista nacional de sempre, ao fechar a 111.ª Volta a França em quarto, depois de ter sido quinto no ‘crono’ final.
O corredor da UAE Emirates conseguiu ainda um feito inédito: é o primeiro a figurar nos cinco primeiros de todas as grandes Voltas, já que também foi quinto na Vuelta2022 - haveria de subir a quarto com a desclassificação de Miguel Ángel López.
A sua história nas três ‘grandes’ começou com o quarto posto no Giro2020, em que escreveu uma das mais bonitas páginas do ciclismo português, depois de 15 dias como líder da geral da ‘corsa rosa’.
Nesse ano, mais do que melhorar o registo de José Azevedo, que em 2001, no papel de gregário do espanhol Abraham Olano, foi quinto - o mesmo lugar que alcançou no Tour2004 -, o miúdo de A-dos-Francos (Caldas da Rainha) fez Portugal sonhar com um inédito triunfo numas das grandes Voltas.
Seguiu-se o sexto lugar de 2021, a desilusão por covid-19 no ano seguinte, que ‘redimiu’ com o quinto posto na estreia na Vuelta, prova em que foi nono no ano passado.
Agora, aproxima-se ainda mais de Joaquim Agostinho, o maior ciclista português de todos os tempos: foram 11 as presenças do corredor de Torres Vedras, que morreu em 1984 na sequência de uma queda na Volta ao Algarve, entre os 10 primeiros em grandes Voltas, com os terceiros lugares no Tour a permanecerem como os feitos mais extraordinários do ciclismo nacional.
Embora no seu palmarés figure o estatuto de vice-campeão da Vuelta em 1974, são as prestações na Volta a França, onde também foi quinto (1971 e 1980), sexto (1974) e oitavo (1969, 1972 e 1973), que perduram no imaginário coletivo.
Com o resultado de hoje, Almeida deixa ainda definitivamente para trás José Azevedo, também sexto no Tour2002.
O corredor da UAE Emirates não conhece mesmo outra realidade nas grandes Voltas a não ser os 10 primeiros, tirando o percalço em 2022, quando lutava pelo pódio final da ‘corsa rosa’ e um positivo à covid-19 o tirou de prova.
Portugueses no top 10 de Grandes voltas
- Joaquim Agostinho (11):
2.º na Vuelta de 1974
3.º no Tour de 1978
3.º no Tour de 1979
5.º no Tour de 1971
5.º no Tour de 1980
6.º na Vuelta de 1973
6.º no Tour de 1974
7.º na Vuelta de 1976
8.º no Tour de 1969
8.º no Tour de 1972
8.º no Tour de 1973
- João Almeida (6)
3.º no Giro de 2023
4.º no Tour de 2024
4.º no Giro de 2020
4.º na Vuelta de 2022 *
6.º no Giro de 2022
9.º na Vuelta de 2023
- José Azevedo (3)
5.º no Giro de 2001
5.º no Tour de 2004 **
6.º no Tour de 2002 **
- Alves Barbosa (1)
10.º no Tour de 1956
- Acácio da Silva (1)
7.º no Giro de 1986
- João Rebelo (1)
6.º na Vuelta de 1945
- Ribeiro da Silva (1)
4.º na Vuelta de 1957
- Fernando Mendes (1)
6.º na Vuelta de 1975
- José Martins (1)
8.º na Vuelta de 1975
* O quarto classificado Miguel Ángel López foi desclassificado por doping.
** Lance Armstrong foi desapossado da vitória e a prova ficou sem vencedor.
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