Em comunicado, a Associação dos Produtores de Leite de Portugal (APROLEP), citando os últimos dados revelados pela Comissão Europeia, recorda que Portugal tinha em julho “o terceiro pior preço entre os 28 estados da União Europeia”.
“Nos últimos sete anos, Portugal esteve 6 anos e 8 meses abaixo da média comunitária”, sublinha a APROLEP, acrescentando que o preço médio pago em julho ao produtor foi de 28,7 cêntimos/kg de leite português, face a um preço médio de 34,2 cêntimos/kg na Europa, o que significava uma diferença de 5,5 cêntimos em cada kg produzido.
Os produtores consideram ainda que os aumentos entre um a dois cêntimos/kg entretanto anunciados por algumas indústrias para agosto e setembro “são claramente insuficientes para atingir o custo de produção e o preço médio da Europa” e lembram que as principais indústrias do norte da Europa anunciaram aumentos que colocam os seus produtores com preços a rondar ou ultrapassar os 40 cêntimos/kg.
“Essa evolução é a consequência natural do mercado de produtos lácteos, nomeadamente da valorização da manteiga, cujo preço aumentou 74% no último ano, segundo dados também divulgados pela Comissão Europeia”, sustenta a APROLEP.
A associação considera que “a indústria do norte da Europa valoriza o leite e partilha esse valor com os seus produtores”, enquanto em Portugal produtores e indústrias se preparam para “acumular mais uma vez resultados elevados”.
Enquanto isso, insiste a APROLEP, “o setor produtivo vai morrendo, com vacarias a fechar ou a arrastar-se penosamente, sem poder aproveitar a onda positiva da produção de leite na Europa”.
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