Fontes próximas da negociação ouvidas pela agência Efe revelaram que a instituição financeira pretende que as saídas aconteçam principalmente através de reformas antecipadas, uma vez que o banco tem cerca de 4.000 trabalhadores com mais de 55 anos de idade.
O banco justifica este novo plano de ajustamento, que implicará também o encerramento de entre 900 e 1.000 agências, de um total de cerca de 3.100 existentes em Espanha, com razões económicas e organizacionais, depois de constatar que a pandemia acelerou as relações com os clientes através dos canais digitais.
O Santander Espanha espera que a utilização destes canais se multiplique tanto em termos de transações como de vendas nos próximos dois ou três anos, de acordo com informações partilhadas em reuniões anteriores com os sindicatos.
Atualmente, quase metade das vendas são feitas através de canais na internet, uma tendência que a crise da covid-19 está a acelerar: o número de pessoas que vão para os escritórios foi reduzido "drasticamente" e as operações de escritório estão a cair a taxas anuais entre 7 e 8%.
Para além das medidas de flexibilidade interna, o Santander já ofereceu aos sindicatos um plano de recolocação no exterior, para que qualquer trabalhador que adira ao Expediente de Regulação do Emprego que está a ser negociado e queira continuar a trabalhar o posso fazer fora do grupo.
O Banco Santander tinha anunciado em 2019 que queria reduzir os seus custos em 1,2 mil milhões de euros por ano durante os próximos anos e, ao mesmo tempo, projetou gastar mais de 20 mil milhões de euros durante quatro anos na "transformação e tecnologia digital".
A instituição já cortou mais de 3.200 postos de trabalho em 2019 como parte de uma reestruturação ligada à absorção do Banco Popular em 2017, que também incluiu o encerramento de 1.150 agências.
Na terça-feira, o quinto maior banco espanhol, o Sabadell, anunciou a sua intenção de cortar 1.800 postos de trabalho no âmbito de uma grande reestruturação.
Na sequência da crise financeira de 2008, os bancos espanhóis cortaram, entre 2008 e 2019, quase 100.000 trabalhadores, cerca de 37% da mão-de-obra de 2008, de acordo com fonte do sindicato Comissões Operárias citada pela agência francesa AFP.
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