A apresentação da atividade do banco em Portugal foi feita por Ricardo Mourinho Félix, que assumiu o cargo de vice-presidente do BEI em outubro do ano passado.
Segundo Mourinho Félix, Portugal “foi o quarto país da União Europeia que mais beneficiou do apoio do BEI” na União Europeia (UE) em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB).
O financiamento foi canalizado sobretudo para as pequenas e médias empresas (PMEs), num contexto de crise causada pela pandemia de covid-19.
Do total de financiamento concedido pelo BEI, 56% destinou-se a projetos relacionados com a mitigação do impacto económico da pandemia, indicou o ex-secretário de Estado Adjunto e das Finanças, sublinhando que num contexto de resposta à pandemia “houve uma adequação do papel do BEI”.
“Demos uma resposta notável à crise económica causada pela covid-19. O BEI adotou um ambicioso pacote de medidas de apoio às empresas, principalmente às PMEs”, disse o vice-presidente do banco, explicando que 72% de toda a atividade do grupo BEI em Portugal se destinou a dar uma resposta às necessidades de liquidez dessas empresas, que receberam empréstimos no valor de 1.690 milhões de euros.
“Aumentámos o financiamento para apoiar os setores produtivo e social e para preservar postos de trabalho”, acrescentou.
O volume total de financiamento constitui também um novo máximo desde 2014.
No âmbito do investimento a nível de infraestruturas e social, o vice-presidente do BEI destacou o envolvimento num programa de investimento para modernizar unidades de cuidados continuados de apoio a idosos e a nível da ação climática apontou a continuação do apoio a projetos de energias renováveis e de investimento na melhoria de infraestruturas de água e saneamento.
Mourinho Félix disse ainda que o Fundo Europeu de Investimento (FEI), a entidade especializada do BEI na oferta de soluções de financiamento de risco aos intermediários financeiros para apoiar as PMEs e promover a inovação na Europa, assinou 16 operações com intermediários financeiros em Portugal sob a forma de operações de titularização, garantias de carteira e outras operações, num montante de 951 milhões de euros.
A nível global, o volume total de financiamento do grupo BEI atingiu, em 2020, 76.800 milhões de euros, um aumento de 6% em relação ao ano anterior.
Deste montante, 66.090 milhões de euros foram concedidos em empréstimos e 12.870 milhões de euros através do FEI.
Um terço do financiamento total do BEI (25.500 milhões de euros) foi usado no âmbito da resposta imediata à crise resultante da pandemia do covid-19. Grande parte destes fundos destinou-se às PMEs, de modo a evitar insolvências e a preservar o emprego”, referiu o grupo em comunicado divulgado após a conferência de imprensa.
Em 2020, o banco aumentou também a nível global o investimento em projetos “verdes”, com maior investimento em projetos de sustentabilidade ambiental, posicionando-se como “o Banco do Clima” da UE.
O BEI, cujo capital é detido pelos Estados-membros, é o banco de investimento da União Europeia e um dos maiores financiadores multilaterais do mundo no apoio a projetos de ação climática.
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