“A única parte que me cabe comentar é que impacto poderá ter no BPI, e nós prevemos um impacto positivo porque passamos a estar integrados no maior banco ibérico, com uma dimensão muitíssimo significativa”, disse o responsável do BPI aos jornalistas durante a conferência de imprensa de apresentação de resultados do banco, que decorreu hoje num hotel em Lisboa.
João Pedro Oliveira e Costa entende que “a dimensão é fundamental para a competição entre instituições financeiras daqui para a frente” não só entre fronteiras, mas também no espaço “transfronteiriço”.
O gestor alertou para a “entrada de operadores em algumas áreas como sejam a área tecnológica, a oferta de serviços de crédito”, pelo que “a dimensão, para poder ter capacidade de investimento em tecnologia” e para “poder ter uma oferta de produtos a preços mais competitivos é fundamental”.
“Ter um sócio [Bankia] que ainda por cima não só tem dimensão, mas tem ‘know how’ [saber fazer], acho que é uma vantagem enorme para o BPI”, aditou.
O responsável rejeitou, no entanto, qualquer consolidação em Portugal, à semelhança do que aconteceu com o seu acionista em Espanha.
“O meu mandato é claro, daqui até ao tempo que consigo ver, é claramente num crescimento orgânico e de desenvolvimento do banco. É neste momento no que estou focado, não estamos a analisar, não estamos a estudar nem estamos a prever nenhum movimento de consolidação nos tempos mais próximos”, referiu.
Em 17 de setembro, os conselhos de administração dos espanhóis CaixaBank e Bankia deram ‘luz verde’ à fusão entre as duas instituições para criar o maior banco em Espanha que terá ativos de mais de 650 mil milhões de euros.
De acordo com fontes financeiras, a aprovação do início do processo de fusão entre o terceiro e o quarto maiores bancos espanhóis vai criar uma entidade que se deverá chamar CaixaBank, mantendo sede em Valência.
A decisão vai alterar o panorama bancário espanhol, dando origem a um gigante financeiro.
O Banco BPI, cujo acionista é o CaixaBank, obteve lucros consolidados de 85,5 milhões de euros nos primeiros nove meses deste ano, menos 66% do que no mesmo período de 2019, divulgou hoje em comunicado.
O BPI justifica a queda do resultado líquido com a constituição de provisões para perdas com crédito devido à crise pandémica da covid-19, uma vez que entre janeiro e setembro constituiu 100 milhões de euros em imparidades de crédito (líquidas).
Na atividade em Portugal, o BPI teve lucros de 47,4 milhões de euros até setembro, menos 69% face ao mesmo período do ano passado.
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