"Nós iremos continuar a transformar o nosso modelo de negócio consoante as necessidades de mercado. Mas se compararem o número de pessoas que efetivamente saíram (60) com o número de balcões percebe-se que não é por aí. Estamos a transformar a rede comercial, vamos manter a presença em todos os locais eventualmente com maior concentração. Não temos um objetivo de sangria desatada", disse João Pedro Oliveira e Costa, na apresentação de resultados do primeiro semestre (lucros de 185 milhões de euros).
O BPI tem vindo a reduzir trabalhadores (sobretudo através de propostas de reformas antecipadas) e a fechar balcões, uma tendência que irá continuar, mas o gestor não quis indicar objetivos quantificados.
Afirmou apenas que o banco irá tentar fazer a redução de custos "sem grande perturbação".
No final de junho, o BPI tinha 4.562 trabalhadores, menos 60 face a dezembro de 2020. Os balcões eram 326, o que significa que fechou 34 desde janeiro.
Segundo Oliveira e Costa, a equipa que lidera não está focada no rácio 'cost-to-income' (custos face a receitas), ainda que considerando que o controlo de gastos é importante, mas nas receitas e no retorno do capital.
"O BPI tem uma gestão conservadora, este é um momento de transformação e para isso as pessoas são vitais, aproveitando as capacidades de cada um", disse, referindo que o banco quer contratar mais funcionários jovens.
O BPI divulgou hoje lucros consolidados de 185 milhões de euros no primeiro semestre, quatro vezes mais do que no mesmo período de 2020.
O angolano BFA (onde o BPI tem 48%) aprovou, no segundo trimestre, o dividendo ordinário de 2020 e uma distribuição de reservas livres, o que teve um impacto de 92 milhões de euros nos lucros o BPI.
O BPI é detido na totalidade pelo grupo espanhol CaixaBank, que hoje anunciou lucros de 4.181 milhões de euros no primeiro semestre, 20 vezes mais do que no mesmo período de 2020, devido aos impactos extraordinários relacionados com a fusão com o Bankia.
O Caixabank está em processo de reestruturação, tendo previsto a saída de mais de 6.000 trabalhadores.
Também em Portugal, milhares de trabalhadores deverão sair este ano dos principais bancos, sendo BCP e Santander Totta os que têm processos mais ‘agressivos’.
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