“Não, não vão [estrangular], tem é que haver imaginação para estas coisas”, respondeu aos jornalistas João Manso Neto, quando questionado sobre os efeitos no setor dos preços baixos — e até negativos — da eletricidade atualmente, em declarações à margem de uma conferência sobre energia descentralizada, promovida pela Greenvolt, em Lisboa.
Quanto à “imaginação” para que os negócios sejam rentáveis, o líder da empresa de renováveis deu alguns exemplos, como o uso de baterias para reservar a energia para as horas mais caras, ou promoção do uso de veículos elétricos nas empresas para aumentar a procura na hora em que a eletricidade está mais barata, com carregadores programados para aquele momento.
“Temos de sair um bocadinho da caixa, não podemos dizer ‘ah os preços estão mais baixos já não se faz'”, defendeu.
Relativamente à reforma do mercado elétrico na Europa, cujo diploma é votado esta semana no Parlamento Europeu, Manso Neto considerou que o texto “é bastante avançado” e salientou o papel que a recém-chegada ministra do Ambiente, Maria da Graça Carvalho, teve na sua redação final, com contributos sobre a inclusão das grandes empresas nas comunidades de energia, por exemplo.
“A legislação é boa, agora tem de ser corretamente aplicada, não fazer mais leis, mas saber aplicá-las”, vincou.
Quanto ao novo Governo, João Manso Neto disse acreditar que não vai haver diferenças entre PS e PSD no que às renováveis diz respeito.
“Acho que estamos todos do mesmo lado, temos é que encontrar soluções tecnicamente mais adequadas a cada momento. Eu não estava pessimista e continuo a não estar”, afirmou.
Comentários