“A garantia é de que só sairá da Caixa quem não quiser ficar nas rescisões por mútuo acordo, caso venham a acontecer, e nas reformas antecipadas que vão continuar”, afirmou à Lusa Rui Riso dirigente daquele sindicato (Febase), que hoje à tarde se reuniu com o novo presidente da CGD, António Domingues.
O também presidente do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas afirmou ainda que é provável que haja alteração nas regras das reformas antecipadas, uma vez que houve já centenas de trabalhadores que saíram do banco num processo semelhante nos últimos meses e que terão de ser dadas novas condições para que mais trabalhadores queiram sair.
Durante a reunião com a administração da CGD, Rui Riso refere que notou que as “pessoas estão francamente entusiasmadas” e que a “grande missão” agora é a recapitalização do banco, que é aí que “será posta toda a energia”.
“É importante que este processo [de recapitalização] se conclua com paz, porque também acalma as preocupações sobre sistema financeiro português”, considerou Rui Riso.
Só depois disso, acrescentou, é que a administração da CGD conta fazer a reestruturação do banco, o que deverá levar à saída de trabalhadores em reformas antecipadas e rescisões por mútuo acordo.
A recapitalização e reestruturação do banco público, a par da composição da administração, motivaram discussões políticas recentes, que envolveram o Governo, a Assembleia da República e instituições europeias.
A 24 de agosto passado, a Comissão Europeia anunciou ter chegado a um acordo de princípio com o Governo português para a recapitalização do banco “em condições de mercado”.
A operação inclui um aumento de capital até 2.700 milhões de euros, a transferência de ações da ParCaixa para a CGD no valor de 500 milhões de euros, a conversão 960 milhões de euros de instrumentos de capital contingentes (CoCo’s) subscritos pelo Estado em ações e ainda uma emissão de dívida subordinada.
O banco público será também alvo de reestruturação, tendo em julho o Governo transmitido ao Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo CGD (STEG) que o objetivo será o de cortar 2.500 trabalhadores entre 2017 e 2020, através de reformas e saídas por acordo.
O presidente da Federação do Setor Financeiro disse que hoje, na reunião com a nova administração da CGD, não foram referidos números concretos para a saída de trabalhadores e que esse valor só existirá mais adiante.
Apesar de todos os bancos terem reduzido funcionários nos últimos anos, em 2015, o banco com maiores saídas foi precisamente a CGD.
O banco público fechou o ano passado com 8.410 trabalhadores em Portugal, menos 448 do que em 2014, os quais saíram sobretudo ao abrigo do programa de reformas antecipadas.
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