“O atual momento exige a intensificação do processo de luta para obter respostas extraordinárias, que são cada vez mais prementes devido ao constante aumento dos preços”, disse Isabel Camarinha à agência Lusa após uma reunião do Conselho Nacional (CN) da Intersindical.

A sindicalista explicou que o CN exigiu medidas imediatas para reposição do poder de compra e, por isso, aprovou um processo de intensificação da luta que decorrerá ao longo do mês de junho em todos os setores e por todo o país, mas que começará com uma manifestação no dia 27, junto ao parlamento.

Esta é a data em que será aprovado o Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) e, segundo Isabel Camarinha, “a escolha não foi inocente, pois o Orçamento do Estado não responde às necessidades dos trabalhadores e do país”.

“Há também todo um conjunto de reivindicações que têm a ver com o programa do Governo e com o momento extraordinário que vivem os trabalhadores e pensionistas, e por isso as ações de luta vão prolongar-se por todo o mês de junho, culminando numa Ação Nacional de Luta no início de julho”, disse.

A data e a forma do protesto a concretizar em julho ainda não estão decididas.

As decisões anunciadas por Isabel Camarinha foram tomadas pelo Conselho Nacional com o objetivo de “afirmar a indignação e o protesto face ao aumento do custo de vida, ao ataque ao poder de compra e aos direitos, ao aumento das desigualdades, das injustiças e da pobreza, bem como a exigência do aumento geral de salários para todos os trabalhadores, das pensões de reforma para os reformados”.

A redução do horário de trabalho e o combate à desregulação dos horários, a erradicação da precariedade, o emprego com direitos, uma legislação laboral que contribua para a valorização do trabalho e dos trabalhadores e a defesa dos serviços públicos são outras das reivindicações na base do protesto.

O Conselho Nacional reafirmou “as medidas excecionais e imediatas” apresentadas no 1.º de Maio, como o aumento extraordinário do Salário Mínimo Nacional para 800 euros em 01 de julho de 2022 e um aumento extraordinário de todas as pensões e reformas que reponha o poder de compra, num mínimo de 20 euros.

Outra das reivindicações é o aumento extraordinário de todos os salários cuja revisão/actualização tenha sido absorvida pela inflação.

O CN da CGTP reafirmou ainda a reivindicação, anunciada no outono passado, de aumento salariais de 90 euros para todos os trabalhadores em 2022.