“Das 74 manifestações de interesse apresentadas a 17 de julho, relacionadas com a preparação da candidatura portuguesa ao Important Project of Common European Interest (IPCEI) do Hidrogénio, passaram à fase seguinte 37, depois da triagem efetuada pelo comité de admissão”, num “investimento de cerca de nove mil milhões de euros”.
O comité inclui as tutelas da Economia e Transição Digital, Ambiente e Ação Climática, da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e dos Negócios Estrangeiros.
“Para a candidatura IPCEI inicia-se agora um processo mais aprofundado, que exige mais detalhe de informação e de verificação das orientações específicas e transdisciplinares, definidas para a análise da compatibilidade com o mercado interno”, adiantou o Governo.
Além disso, será preciso “estabilizar os valores de investimento e obter informação técnica e financeira mais detalhada”, sendo este “trabalho de aprofundamento” o que “permitirá selecionar os projetos que integrarão a candidatura IPCEI e será desenvolvido pelos participantes selecionados pelo Comité em estreita articulação com as entidades nacionais”.
Ainda assim, “as propostas apresentadas no âmbito da manifestação de interesse que tiveram parecer desfavorável do comité de admissão continuam a ser uma mais-valia na cadeia de valor do hidrogénio e na prossecução da Estratégia Nacional para o Hidrogénio (EN-H2)”, referiu a tutela.
Por isso, poderão “candidatar-se ao aviso do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos, no valor de 40 milhões de euros, bem como a outras fontes de financiamento setoriais e disponíveis no âmbito do Portugal 2020 e, ainda, a fontes europeias (por exemplo, o programa Horizon Europe)”, rematou o Governo, na mesma nota.
Em 19 de julho o Ministério anunciou que tinha recebido 74 intenções de investimento na fileira industrial do hidrogénio no montante de 16 mil milhões de euros, o equivalente a 7,5% do PIB português.
"Foram recebidas, no processo de consulta ao mercado terminada na sexta-feira, 17 de julho, 74 manifestações de interesse relacionados com projetos de investimento na fileira industrial do hidrogénio", referiu o gabinete do ministro João Pedro Matos Fernandes.
Em declarações ao jornal Público, Matos Fernandes escusou-se a identificar as empresas e as entidades que compareceram a este convite internacional, mas acedeu a caracterizar a diversidade de propostas e a dimensão dos projetos, em termos de valores de investimento.
A proposta com o menor valor de investimento é de 1,3 milhões de euros e a mais elevada é de 2,4 mil milhões de euros, segundo avançou o ministro ao jornal.
A proposta de maior valor de investimento foi apresentada por um consórcio da área química para a zona industrial de Estarreja, acrescentou.
O ministro do Ambiente sinalizou ainda a entrada de um grande projeto na área dos transportes liderado por uma entidade pública, "para a reconversão e reutilização de material de transporte movido a hidrogénio", no valor de 275 milhões de euros.
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