Em comunicado, o grupo esclarece, no entanto, que 2022 foi “o melhor ano de receitas de sempre” tanto para a Azores Airlines (211,1 milhões de euros) como para a SATA Air Açores (92,2 milhões de euros).
Quanto ao prejuízo de 34,2 milhões de euros da SATA Internacional–Azores Airlines (responsável pelas ligações aéreas de e para fora do arquipélago), a empresa diz que representa uma melhoria “em 21,6 milhões de euros em comparação com 2019 e em cerca de 16,1 milhões de euros em relação a 2021”.
Já o resultado líquido de menos 2,5 milhões de euros da SATA Air Açores (ligações entre ilhas do arquipélago), em 2022 representou uma melhoria de “4,3 milhões de euros em comparação com 2021”.
Relativamente à Azores Airlines, a SATA alerta que o resultado líquido de menos 34,2 milhões de euros está “condicionado por custos de reestruturação e por custos da dívida decorrente do financiamento bancário adicional, incorridos para enfrentar a pandemia [de covid-19] e para atender ao processo de reestruturação e, ainda, por rubricas meramente contabilísticas”.
“Apesar do contexto adverso, a 'performance' da Azores Airlines continuou a cumprir com os objetivos definidos no Plano de Restruturação acordado com a Comissão Europeia”, destaca o grupo que, até ao início de março, foi liderado por Luís Rodrigues, que entretanto saiu para chefiar a TAP.
"As perspetivas para 2023 são positivas no que toca ao crescimento da receita, tendo em conta que na primeira metade de 2023 o crescimento de receita, refletido nas reservas de bilhetes (‘forward bookings’), está 40% acima do que o registado no mesmo período de 2022”, refere-se, relativamente à empresa que está a ser alvo de um concurso público para a alienação de um mínimo de 51% e de um máximo de 85% do capital social.
Quanto aos resultados positivos da receita (211,1 milhões de euros), são justificados com “o número recorde de passageiros transportados” pela Azores Airlines em 2022, ultrapassando, “pela primeira vez, um milhão de passageiros, o que representa um crescimento de 14,5% em relação a 2019 e de 67% em relação a 2021”.
“Resulta igualmente um saudável crescimento da receita média por passageiro, mais 4% em comparação com 2019 e de mais 24% em comparação com 2021. Do mesmo modo, a oferta continuou a crescer, tendo registado um aumento de 26% nas horas de voo, face a 2021, o que permitiu atrair novos mercados turísticos para os Açores”, indica a empresa.
A Azores Airlines alcançou, em 2022, “o seu primeiro EBITDA [Resultado Operacional antes de Juros, Impostos, Depreciações e Amortizações e Custos de restruturação] positivo em 10 anos”, de 5,403 milhões de euros.
“A melhoria de EBITDA foi, ainda assim, condicionada por diversos fatores”, diz a SATA, apontando o “crescimento significativo do custo de combustíveis (mais 51,9 milhões de euros face a 2021)”, os “custos associados ao combate à pandemia, que se mantiveram no primeiro trimestre de 2022”, as “graves disrupções nas cadeias de abastecimento”, os “constrangimentos verificados em diversos aeroportos para onde a Azores Airlines habitualmente opera” e a “desvalorização do euro face ao dólar americano”.
Por outro lado, “a Azores Airlines continua a suportar o défice de exploração das rotas de Obrigações de Serviço Público (OSP) entre o continente e as ilhas Pico, Faial e Santa Maria, bem como, entre Ponta Delgada e o Funchal”.
Já a SATA Air Açores, viu em 2022 a frota crescer e passou a “operar com sete aeronaves pela primeira vez na sua história”, tendo realizado mais 2.914 voos interilhas face a 2021 (mais 20,2%) e mais 2.024 face a 2019 (mais 13,2%).
A companhia aérea “atingiu um Resultado Operacional antes de Juros, Impostos, Depreciações e Amortizações de 7,8 milhões de euros. Este valor é inferior a 2019 em 7,5 milhões de euros e a 2021 em 5,9 milhões de euros”, descreve.
O resultado líquido negativo de 2,5 milhões de euros “foi marginalmente condicionado por rubricas puramente contabilísticas e influenciado por custos de reestruturação e por custos da dívida adicional destinada a enfrentar a pandemia”.
Para 2023, a empresa agora liderada por Teresa Gonçalves apresenta perspetivas positivas para as duas companhias.
“Para 2023, estima-se que os riscos maiores possam advir de fatores externos à organização. Destaca-se a instabilidade nos mercados financeiros com possível impacto na procura e a volatilidade de preços dos fatores nos mercados internacionais. Em termos de custos, o preço do combustível tem estado, no momento, ligeiramente abaixo do verificado no ano anterior. O término do período de emergência, que ocorreu em dezembro de 2022, e o consequente fim dos cortes salariais em ambas as companhias aéreas, terão um impacto material nas contas do corrente ano”, descreve.
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