Numa audição a pedido do PCP sobre a situação da OGMA - Indústria Aeronáutica de Portugal, Capitão Ferreira foi questionado pelo deputado António Filipe pelas possíveis consequências para a empresa portuguesa, detida em 65% pela Embraer, do “período conturbado” após a anunciada compra pela Boeing, que depois desistiu da operação.
Na resposta, o representante do Estado na administração da empresa afirmou que a OGMA “é uma empresa separada da Embraer” e que “sempre esteve previsto continuar com a Embarer, mesmo que a operação com a Boeing se consumasse”.
“Para a OGMA não fará diferença”, sublinhou Marco Capitão Ferreira, que é também presidente da idD, a plataforma das indústrias de defesa nacionais.
Pelo contrário, garantiu, dado que a Embraer “tem a OGMA como prioridade” e com os seus objetivos de aumentar a faturação, a exportação e conseguir mais emprego qualificado.
Apesar de o Estado português deter 35% do capital da empresa, após a privatização de 2004, Marco Capitão Ferreira afirmou que continua a fazer sentido a participação pública, face às necessidades da Força Aérea Portuguesa (FAP).
A empresa é um “instrumento importantíssimo para manutenção das aeronaves da FAP”, acrescentou.
Na audição de hoje, o responsável relativizou as conclusões do relatório do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) que concluiu que o avião da Air Astana, que em 2018 aterrou de emergência em Beja, descolou da OGMA com os cabos de comandos dos 'ailerons', direito e esquerdo, invertidos, concluiu a investigação, que detetou falhas e fragilidades na manutenção da empresa.
O relatório “não assaca responsabilidade à OGMA, mas sim a uma série de atores no processo”, alegou.
Logo a seguir a esta audição, seguiu-se outra, mas à porta fechada, do general e ex-chefe da Força Aérea Luís Araújo, que foi afastado de representante do Estado na OGMA e que, ao DN, em 04 de abril, afirmou sair “triste e magoado”.
Marco Ferreira escusou-se a fazer qualquer comentário sobre esta frase, afirmando não poder pronunciar-se “sobre o estado de alma do general Luís Araújo”.
Comentários