António Costa assumiu esta posição num breve discurso que fez no final de uma receção que concedeu ao Conselho da Diáspora Portuguesa, em São Bento, na qual também esteve presente o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e durante o qual referiu que em julho próximo será organizado o primeiro congresso da diáspora portuguesa.
“Nos últimos anos temos tido um ciclo muito positivo do ponto de vista da internacionalização da nossa economia: Há dez anos as nossas exportações eram 27% do PIB, hoje já são 44% e a ambição que temos é podermos chegar na próxima década aos 50%”, declarou o líder do executivo.
De acordo com o primeiro-ministro, 2018 foi o ano “em que mais contratos de investimentos e de maior valor foram assinados desde que a AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal) foi criada”.
“Depois de uma crise económica e financeira profunda que o país viveu, de facto, a recuperação económica tem estado assente no investimento empresarial e nas exportações. A rede da internacionalização é essencial para o futuro do país”, salientou.
Na sua intervenção, António Costa considerou também que, para um primeiro-ministro de Portugal, é sempre “ambivalente” ter tantos portugueses em posições de destaque em multinacionais, em prestigiadas universidades estrangeiras e em organizações internacionais, porque, em paralelo, o objetivo nacional deve passar também pela atração dos melhores quadros.
“O Conselho da Diáspora é muito importante, porque é uma forma de estar simultaneamente cá dentro e lá fora. A atração de talentos é um fator decisivo nesta economia global. Não seremos competitivos se não conseguirmos recrutar. Por isso, temos de fazer coletivamente um esforço grande para a atração de talentos”, sustentou o primeiro-ministro.
Das medidas aprovadas nesta legislatura, António Costa destacou o recenseamento automático, que permitirá a mais 1,5 milhões de portugueses residentes fora do país participarem em atos eleitorais.
Já o presidente do Conselho da Diáspora Portuguesa, Filipe de Botton, agradeceu o apoio que tem sido dado pelo Governo às iniciativas da sua entidade, designadamente em áreas como a biotecnologia, a oncologia ou a promoção externa de Portugal.
“Até hoje, dos convites enviados para os portugueses residentes no exterior colaborarem connosco, nenhum foi negativo”, referiu o empresário, que definiu como objetivo a internacionalização do papel desempenhado pelo Conselho da Diáspora Portuguesa.
Na receção oferecida pelo primeiro-ministro aos membros do Conselho da Diáspora Portuguesa, além do seu presidente, o empresário Filipe de Botton, estiveram presentes cerca de três dezenas de elementos, entre os quais o chefe executivo da multinacional norte-americana Amyris Biotechnologies, John de Melo, o diretor para as relações externas da Embraer, João Taborda, a vice-presidente da Morgan Stanley Dormitília dos Santos, e o diretor-geral da COTEC, Jorge Portugal.
Estiveram ainda presentes o professor universitário José Moura (Carnegie Mellon University), a vice-presidente do Banco Mundial Manuela Ferro, o diretor executivo do Montepio, Nuno Mota Pinto., e a diretora executiva do Conselho da Diáspora Portuguesa, Sílvia Rodriguez.
Comentários