O 'lay-off' da Global Media, grupo que detém títulos como Diário de Notícias (DN), Jornal de Notícias (JN) e a rádio TSF, entre outros, vai abranger 538 trabalhadores, disse hoje à Lusa fonte ligada ao processo.
A administração da Global Media afirmou hoje, num comunicado interno a que Lusa teve acesso, que o 'lay-off' aplicado à empresa afeta todos, "da base até ao topo do grupo", e "permite defender" a sua sustentabilidade e os "seus quase 700 postos de trabalho diretos".
Excluindo o grupo TSF (Rádio Notícias), o 'lay-off' abrange 438 pessoas, sendo 354 com uma diminuição média de 26,1% do horário de trabalho e 84 com suspensão do contrato, de acordo com a fonte.
Para o grupo da rádio, num universo total de 100 abrangidos, 96 trabalhadores ficam com uma redução média de 24,4% do horário laboral e quatro com suspensão do contrato, segundo a mesma fonte.
No comunicado, a dona do Diário de Notícias (DN) e TSF, entre outros títulos, refere que a pandemia da covid-19 está "a afetar de forma decisiva toda a cadeia de valor do mercado dos media, imediatamente visível na drástica redução das receitas, provocada por uma massiva redução do investimento publicitário e por uma violenta quebra das vendas de jornais e revistas, face ao confinamento generalizado da população".
Estas dificuldades, "a que acresce a tardia concretização das anunciadas medidas de apoio do Estado ao setor, e cujo critério de repartição ainda nem sequer foi concertado com os parceiros da indústria, comprometem o natural desenvolvimento da nossa atividade comercial, provocando um conjunto de dificuldades financeiras e de tesouraria", prossegue o Global Media Group (GMG).
"Neste contexto, o Global Media Group decidiu acionar os mecanismos legais do chamado 'lay-off', devidamente ajustado a cada empresa, marca e área de produção ou serviços, com diferentes níveis de redução de horários, mas afetando todos, mas mesmo todos – da base até ao topo do grupo", salienta.
"Apesar de dura e difícil, trata-se da medida de apoio imediato e de caráter parcial, extraordinário, temporário e transitório que melhor permite defender a sustentabilidade das nossas empresas, os seus quase 700 postos de trabalho diretos e, muito especialmente, a continuidade da relação de confiança dos leitores e ouvintes com as nossas marcas de informação – com independência, rigor e pluralismo, as pedras basilares que norteiam este grupo", lê-se no comunicado.
A atual pandemia e as consequências resultantes das medidas de contenção da propagação do novo coronavírus, no âmbito da declaração do estado de emergência em março, "precipitaram os meios de comunicação social numa crise sem precedentes que põe em risco a sobrevivência do setor da economia que dá corpo ao princípio constitucional que enforma as liberdades de informação e expressão", refere o GMG.
"Não nos iludamos: sem este setor a funcionar em condições mínimas de sustentabilidade, restar-nos-ia a barbárie das notícias falsas que proliferam como virose pelas redes sociais", alerta.
Os trabalhadores dos títulos da GMG entram em 'lay-off' esta semana, mas o grupo não avançou mais detalhes.
Para a maioria dos trabalhadores, o 'lay-off' será parcial. Porém, há casos em que será total, adiantaram fontes da redação à Lusa, no passado fim de semana.
No caso do secular Diário de Notícias, por exemplo, aos quadros com salários mais elevados deverá ser aplicado um 'lay-off' de 50%, para os jornalistas com salários médios e chefias será aplicado 30% e para os de rendimentos mais baixos 10%.
O grupo Global Media detém os jornais DN, Jornal de Notícias, O Jogo e o Açoriano Oriental, e ainda a TSF e o Dinheiro Vivo, entre outras empresas.
Artigo atualizado às 17:15
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