“A pandemia desencadeou uma crise sem precedentes no setor do turismo em toda a UE, as receitas diminuíram pelo menos 50% e as viagens transfronteiriças diminuíram cerca de 70%. A crise custou milhões de empregos e, por conseguinte, afetou milhões de vidas, bem como muitas regiões europeias, particularmente as mais dependentes do turismo, e penso especialmente nas regiões costeiras e insulares e nas regiões periféricas da UE”, contextualizou o comissário europeu do Mercado Interno, Thierry Breton.
Falando num debate sobre “Salvar a época turística do verão - o apoio da UE ao setor hoteleiro” na sessão plenária do Parlamento Europeu, em Bruxelas, o responsável vincou: “No entanto, há uma réstia de esperança quando olhamos para o verão”.
“Quanto mais rápido for o processo de vacinação, maior será a possibilidade de as férias se tornarem realidade”, acrescentou Thierry Breton, instando os países europeus a avançar rapidamente na vacinação contra a covid-19.
Numa altura em que 9% dos cidadãos adultos europeus da UE já receberam as duas doses da vacina e 24,3% a primeira, o comissário europeu reiterou ter “a certeza de que 70% da população adulta da UE poderá ser vacinada até meados de julho”, dado que haverá “um fornecimento adequado de vacinas”.
“E este é o primeiro fator para dar aos cidadãos a confiança de poder viajar novamente”, sublinhou.
O comissário europeu avisou, ainda assim, que “os cidadãos devem estar obviamente conscientes de que talvez sejam mais realistas as viagens mais próximas e as férias ao ar livre”, cumprindo as medidas sanitárias em vigor.
“Apesar de haver esta réstia de esperança no horizonte, a situação [epidemiológica na UE] é muito preocupante, pelo que precisamos de tomar medidas apropriadas para proteger a saúde pública e garantir a segurança”, frisou Thierry Breton.
Notando que alguns Estados-membros estão, “lentamente”, a levantar algumas restrições, o responsável defendeu a necessidade de “abrir o setor do turismo antes deste verão de uma forma segura e atrativa para os turistas”, o que implica ainda “um elevado nível de coordenação a nível nacional e europeu”.
Na sua intervenção, Thierry Breton pediu à assembleia europeia para avançar na criação do livre-trânsito digital comprovativo da recuperação, testagem ou vacinação anticovid-19, um dia antes de os eurodeputados discutirem a proposta da Comissão Europeia para o certificado verde digital, passo após o qual começam as conversações com os Estados-membros.
“Este seria um instrumento valioso que iria promover as viagens transfronteiriças e permitir-nos ter uma abordagem coerente em toda a UE para que não tenhamos políticas divergentes”, observou o comissário europeu.
Referindo que “isto está a ser tratado como uma prioridade pelos colegisladores”, Thierry Breton adiantou acreditar que este certificado verde digital “veja a luz do dia em meados de junho, e que, por conseguinte, seja uma realidade utilizável até à época das férias de verão”.
Em causa está a proposta legislativa apresentada pelo executivo comunitário em meados de março relativa à criação de um documento bilingue e com código QR que deve entrar em vigor até junho para permitir a retoma da livre circulação na UE no verão.
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