“A Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP), com a Associação de Turismo do Porto (ATP), estão a preparar um plano de recuperação do setor do turismo na região [Norte]. É um plano que tem três eixos. Um que se chama Norte mais qualificado, outro Norte mais atrativo e um terceiro Norte com mais energia”, revelou hoje à Lusa o presidente da TPNP, Luís Pedro Martins.
Em entrevista telefónica à Lusa sobre o trabalho que a TPNP está a realizar para a retoma do setor turístico na próxima época alta, Luís Pedro Martins explica que o plano de recuperação é um ”plano ambicioso” e que se quer iniciar já no próximo mês de junho, designadamente com a campanha promocional “Escolha Segura - Mergulhe na Região”, cujo objetivo é convidar o turista português a visitar no verão os territórios do Norte com baixa densidade populacional em tempos de coronavírus.
O primeiro eixo do plano de recuperação, o “Norte mais qualificado”, tem o objetivo de “repensar” toda o produto turístico “tendo em conta as novas necessidades do turista”, relacionadas com a pandemia, explica o presidente da TPNP.
Tudo aquilo que o turista agora procura agora é “privacidade, segurança, tranquilidade, grupos mais pequenos, procura de espaços de natureza e fuga dos grandes centros urbanos”, características que o território Norte de Portugal tem com as suas “albufeiras”, “rios”, “lagoas”, “geoparques” e “serras”, para além do Património Mundial da Unesco, como o Parque Nacional Peneda-Gerês, Vale do Côa ou o Douro Vinhateiro.
Com o eixo do “Norte mais atrativo”, a TPNP está a rever a “comunicação do destino”, colocando a “segurança na linha da frente”, com “muitas ações de promoção do destino” destinadas, em primeiro lugar, para os portugueses, mas dirigida também no mercado espanhol e depois, através da ATP, no resto do mercado internacional.
Neste momento o foco principal da TPNP é a captação do “turista nacional”, porque o regresso do mercado internacional está dependente das companhias de aviação, abertura das fronteiras, entre outras decisões, acrescenta.
O presidente da TPNP considera que num território “tão pequeno como Portugal”, podem fazer-se “férias inesquecíveis em qualquer região do país”, mas sublinha que o Norte tem uma “enorme vantagem”, porque tem “mais de 300 mil hectares de área protegida”, com “serras, montanhas, planaltos, vales, rios”.
“Temos muitos trilhos, cascatas, observação de aves, temos Peneda-Gerês, Douro Internacional, Parque Natural de Montesinho, Litoral Norte com praias fantásticas para a prática de desportos de deslize, temos a Barragem do Azibo, temos o Geoparque de Arouca, Miradouro do Penedo Durão sobre o Douro, Vale do Tua, Estuário do Douro, Reserva Biosfera transfronteiriça”, enumera Luís Pedro Martins, acreditando que a “imensidão de possibilidades” vai surpreender os turistas nacionais.
As “road trips” (viagens de carro), mota ou caravana vão uma tendência que se crê que cresça no contexto pós pandemia, e a região Norte considera que “estrada nacional N.2, a estrada nacional 222, ou rota do Românico são outros argumentos para fazer “férias em família, em casal ou grupos reduzidos de amigos”.
O “Norte com mais energia” é um eixo para 2021 e 2022 e tem a ver com a identificação eventos que possam trazer turistas estrangeiros ao território – como o Wine Festival, o MIMO Festival Amarante, Feira Medieval, Romaria da Senhora da Agonia em Viana do Castelo ou os Caretos de Trás-os-Montes -, e depois “fazer uma comunicação como nunca foi feita para ajudar a que seja mais um motivo de atração para a região”, referiu.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 269 mil mortos e infetou mais de 3,8 milhões de pessoas em 195 países e territórios.
Mais de 1,2 milhões de doentes foram considerados curados.
Portugal contabiliza 1.126 mortos associados à covid-19 em 27.406 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.
Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, vários países começaram a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos a aliviar diversas medidas.
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