João Almeida Lopes falava aos deputados da Comissão parlamentar da Saúde, onde hoje são ouvidos vários representantes do setor sobre as dívidas do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
De acordo com a Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma), em março deste ano a dívida dos hospitais públicos a estas empresas ascendia a 891,5 milhões de euros.
Este valor representa um aumento de 46,9 milhões de euros em relação ao mês anterior, crescendo assim a dívida a um ritmo de 1,5 milhões de euros por dia.
Os mesmos dados hoje entregues aos deputados apontam para um valor que é o maior desde pelo menos dezembro de 2014, quando o mesmo era de 783,2 milhões de euros.
Na sua exposição, o presidente da Apifarma recordou que, “durante o período de assistência financeira, as empresas farmacêuticas foram reconhecidas como principais contribuintes para o ajustamento realizado ao nível da saúde”.
Entre 2011 e 2014, a despesa com medicamentos caiu 629 milhões de euros, uma descida que se terá devido a “um conjunto alargado de medidas com o objetivo de reduzir o défice público e de reduzir a despesa do setor da saúde, centrando-se sobretudo na afetação da cadeia de valor do medicamento”.
Segundo a Apifarma, que cita dados do organismo que regula o setor do medicamento (Infarmed), as revisões de preços entre 2012 e 2016 permitiram uma poupança ao Estado de 300 milhões de euros.
“Em consequência destas medidas, foram manifestos os problemas de abastecimento do mercado, com 46% dos utentes a reportar falhas no acesso ao medicamento”, prossegue a Apifarma.
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