À Lusa, a cadeia espanhola disse estar "a trabalhar no sentido de apresentar um projeto, precedido do necessário pedido de informação prévia que permita avaliar as possibilidades para aquele local".
O El Corte Inglés sublinha que "o Porto é uma cidade vibrante onde o comércio de qualidade pode ser um motor de progresso", salientando que, "para a empresa, aquela é uma localização estratégica e continua a fazer sentido do ponto de vista comercial".
O grupo acrescenta, contudo, que não está em condições de fornecer mais dados sobre o projeto que possa vir a nascer naquele local, assinalando que não é hábito, "no El Corte Inglés, divulgar informações sobre as quais não haja ainda decisões definitivas".
Sobre a petição 'online' contra a construção do centro comercial no terreno da antiga estação ferroviária da Boavista que, desde o dia 27 de setembro já reuniu, até às 18:37 de hoje, 2.039 assinaturas, a empresa recusa tecer quaisquer comentários, defendendo que não lhes compete comentar estas ou outras questões que não dependam dos próprios.
A Lusa tentou obter uma reação da Câmara do Porto, a esta petição, contudo, até ao momento sem sucesso.
No texto dirigido ao presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, defende-se a criação de um jardim público no terreno no qual há a intenção de construir mais um centro comercial.
"A Câmara Municipal do Porto prepara-se para aprovar a construção de mais um centro comercial El Corte Inglés no terreno descampado da antiga estação ferroviária da Boavista, junto ao Metro da Casa da Música. Reivindicamos que este espaço seja projetado para responder à necessidade há muito tempo sentida pelos residentes e utilizadores desta zona da Boavista de terem um espaço verde, para usufruto público, de adultos e crianças", lê-se na petição.
O documento, refere que mais um centro comercial, também com valências de hotelaria e ginásio", de acordo com o que foi avançado, em julho, pelo vereador da Economia, Turismo e Comércio, Ricardo Valente, "é absolutamente desnecessário nesta zona que já está repleta de centros comerciais, unidades hoteleiras e ginásios".
Pelo contrário, "este projeto", aponta a petição, "contribuirá para a intensificação do trânsito, já bastante congestionado na Boavista, e para um maior estrangulamento do pequeno comércio".
Acresce que, afirma a criadora desta petição, o centro da cidade e, em particular a zona da Boavista, "têm uma carência flagrante de jardins públicos sustentáveis, que ofereçam uma alternativa à intensificação crescente do betão e da circulação automóvel na cidade", pelo que um espaço verde no centro da cidade, "é uma necessidade urgente para os cidadãos da cidade do Porto".
No dia 04 julho, o vereador do Economia, Turismo e Comércio da Câmara do Porto, Ricardo Valente revelou que o projeto de construção El Corte Inglés na rotunda da Boavista vai "renascer".
Segundo aquele responsável, o grupo espanhol estava naquele momento "a tratar da questão do licenciamento", pelo que, se os projetos de arquitetura ficarem prontos até ao final do ano, acredita, é possível que a construção possa arrancar em 2020.
A ideia, revelou à data o vereador, é que projeto, que será algo mais segmentado, inclua para além da área comercial, outros equipamentos como ginásios e até uma zona hoteleira.
Em outubro de 2003, a Lusa noticiava que a empresa espanhola negociou durante mais de dois anos com a Câmara do Porto, à data liderada por Rui Rio, a sua instalação na cidade, mas não foi possível chegar a acordo sobre a localização exata.
A empresa pretendia construir a sua mega-loja no terreno da antiga estação ferroviária da Boavista, junto à Rotunda da Boavista e à Casa da Música, enquanto a autarquia queria localizar o El Corte Inglés na Baixa.
Ante o impasse, que durava há meses, a empresa espanhola optou por escolher Vila Nova de Gaia, depois de "largos meses de negociações".
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