A cerimónia de entrega do Prémio Agir, que teve lugar ontem no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, distinguiu três projetos:"Eu – Consigo!”, da Associação Salvador, que ficou em primeiro lugar, e Duoday e Asul, respetivamente em segundo e terceiro lugares. Para esta quarta edição, o prémio recebeu 46 candidaturas de várias regiões do país, sendo que os vencedores pertencem aos distritos do Porto, Évora e Coimbra, respetivamente.
O "Eu – Consigo!” é um projeto desenvolvido pela Associação Salvador que será lançado no Porto no decorrer de 2018 e que tem por objetivo integrar cerca de 20 pessoas no mercado de trabalho e formar outras 50. Desde 2015 que a Associação Salvador tem trabalhado na área da integração profissional de pessoas com deficiência através da empregabilidade. O prémio ontem recebido irá permitir alargar este trabalho à cidade do Porto.
De acordo com Salvador Mendes de Almeida, presidente da Associação Salvador, "ganhar o 1º lugar do Prémio Agir da REN representa uma oportunidade única de levar o seu trabalho e intervenção para uma área geográfica diferente e alargar horizontes, levando um projeto inovador que poderá ajudar mais pessoas com deficiência a serem integradas no mercado de trabalho. Juntos mudamos vidas!”
O segundo lugar coube ao Duoday, promovido pela Marca – Associação de Desenvolvimento Local e que consiste na promoção entre pares de trabalhadores/profissionais e pessoas com deficiência ou incapacidade de maneira a poderem partilhar uma experiência de trabalho em contexto real. O projeto irá abranger os concelhos de Montemor-o-Novo, Évora e Viana do Alentejo e irá contar com 50 participantes, 20 dos quais empregáveis no decurso do mesmo.
Para Rosa Coelho, coordenadora do projeto, "o prémio Agir para além de ser um reconhecimento do trabalho desenvolvido pela instituição e parceiros permite dar continuidade e viabilizar uma proposta que acreditamos com melhores condições e recursos."
Promovido pela Associação de Famílias Solidárias com a Deficiência, o projeto Asul decorre em Castelo Viegas e Assafarge, freguesias do concelho de Coimbra. Consiste em integrar profissionalmente sete pessoas com deficiência mental com alguma autonomia que terão acesso a formação em atividades socialmente úteis com compensações monetárias pelo seu trabalho, de forma a contribuir para a sua autonomia financeira.
Para Luís Silva, responsável da Associação de Famílias Solidárias com a Deficiência – Cavalo Azul, “significa a primeira distinção que a AFSD recebe deste género, após dois anos de abrir portas.”
O Prémio AGIR enquadra-se na política de envolvimento com a Comunidade e Inovação Social da REN. Anualmente, seleciona uma área de intervenção social e distingue três projetos que se distingam nas respetivas áreas. As três últimas edições foram dedicadas aos temas do Combate à Pobreza e Exclusão Social, em 2016, ao Envelhecimento Ativo, em 2015, e à Criação de Emprego em 2014.
Desde a sua criação em 2014, apoiou 12 projetos, com impacto em mais de 2800 beneficiários diretos e indiretos, estimulando o apoio à inclusão dos jovens no mercado de trabalho, a aprendizagem de competências para a criação de emprego e a produção de atividades intergeracionais entre jovens e idosos.
A seleção dos três melhores projetos é da responsabilidade da REN, em parceria com a Stone Soup, que acompanha e monitoriza a utilização dos fundos doados a cada projeto apoiado, efetuando também a avaliação do impacto social real do apoio da REN a cada projeto. Ao primeiro classificado é atribuído um valor monetário de trinta mil euros, ao segundo quinze mil euros e ao terceiro cinco mil euros.
Em 2018, o tema do Prémio AGIR será a Preservação do Património Natural das Regiões. Após o flagelo provocado pelos incêndios no património ambiental do País, a REN irá premiar os projetos que se destaquem em matéria de educação ambiental para a proteção da floresta e preservação da biodiversidade, promovendo a recuperação do património natural português.
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