Depois de Centeno ter anunciado, em junho, a sua saída do Governo e, consequentemente, abdicado de concorrer a um segundo mandato, três ministros avançaram com candidaturas à presidência do fórum informal de ministros das Finanças da zona euro: a espanhola Nadia Calviño, o irlandês Paschal Donohoe e o luxemburguês Pierre Gramegna.
Com Centeno a considerar que este é um “excelente conjunto de candidatos” à presidência do Eurogrupo, o que demonstra a relevância atual do fórum no que se refere a assegurar a estabilidade e prosperidade da zona euro, Portugal já anunciou, sem surpresa, que o seu voto, que já será depositado por João Leão – em funções desde 15 de junho –, irá para a candidata socialista espanhola.
"Apoiaremos a candidatura de Nadia Calviño à presidência do Eurogrupo, desde logo pelas suas qualidades pessoais, pela forte experiência que tem em matéria europeia e também pela convergência de pontos de vista que temos mantido sobre o que deve ser o futuro da União Económica e Monetária", afirmou na segunda-feira o primeiro-ministro, António Costa, que lembrou também a “boa tradição” de Portugal e Espanha “de apoio recíproco às candidaturas internacionais".
Os três candidatos farão curtas intervenções na reunião de hoje, celebrada ainda à distância devido às restrições relacionadas com a pandemia de covid-10, após o que terá início a votação – secreta e eletrónica –, vencendo aquele que obtiver maioria simples, ou seja, os votos de pelo menos 10 dos 19 países da zona euro, pelo que poderá haver necessidade de uma segunda volta para ‘afastar’ uma das três candidaturas.
O novo presidente, que participará já na conferência de imprensa no final da videoconferência, assumirá funções na próxima segunda-feira, 13 de julho, dado o mandato de Centeno expirar no dia 12, e liderará o Eurogrupo nos próximos dois anos e meio, até final de 2022.
Na agenda da reunião de hoje consta também uma discussão sobre as previsões macroeconómicas intercalares de verão publicadas na terça-feira pela Comissão Europeia, que agravam as projeções do impacto da covid-19 na zona euro, e em Portugal em particular.
Bruxelas reviu em baixa as projeções para a economia da zona euro este ano devido à pandemia de covid-19, estimando agora uma contração de 8,7% do PIB (contra o recuo de 7,7% que prognosticava na primavera, há dois meses), tendo Portugal sido o Estado-membro que viu a respetiva previsão de evolução do PIB mais agravada relativamente às previsões da primavera, pois a Comissão estima agora uma contração de 9,8%, mais três pontos percentuais do que há dois meses, quando antecipava uma queda de 6,8%.
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