Rodrigo Rato foi também condenado a uma multa de dois milhões de euros e a pagar perto de 570 mil euros às Finanças espanholas, segundo a sentença do tribunal de Madrid em que foi julgado citada pelos meios de comunicação social locais.

A sentença admite ainda recurso para instâncias superiores.

A condenação de Rodrigo Rato resultou de uma investigação à origem da sua fortuna pessoal, num processo iniciado em 2015.

O Ministério Público pedia mais de 70 anos de prisão para o antigo chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI) e argumentou que Rodrigo Rato defraudou o Estado espanhol, com crimes fiscais, em cerca de 8,5 milhões de euros.

Segundo o Ministério Público, o antigo ministro manteve desde 1999 um património que ocultava das Finanças através de diversas sociedades e contas domiciliadas nas Bahamas, Suíça, Mónaco, Luxemburgo e Reino unido, entre outros países e territórios.

Rodrigo Rato, que sempre manteve a residência fiscal em Espanha, mesmo no período em que esteve no FMI, aumentou ainda o património pessoal de forma aparentemente injustificada em 15,6 milhões de euros entre 2005 e 2015 e teve rendimentos com imóveis no estrangeiro que nunca declarou ao fisco espanhol, segundo o Ministério Público.

O antigo diretor-geral do FMI e ministro da Economia de Espanha entre 1996 e 2004, em governos liderados por José Maria Aznar (Partido Popular, direita), já foi condenado no passado, num outro processo, a quatro anos e meio de prisião – e esteve na cadeia – pelo envolvimento no escândalo financeiro dos “cartões black” do banco Caja Madrid.

O ex-banqueiro foi condenado em fevereiro de 2017 pelo desvio de fundos da Caja Madrid, entidade a que presidiu de 2010 a 2012.

O escândalo dos “cartões black” (negro em inglês, a cor dos cartões de crédito) era um esquema que a Caja Madrid dava aos seus dirigentes e pessoas de confiança, para pagar despesas pessoais sem limite e sem declarar nada ao fisco.

Rodrigo de Rato foi membro do Partido Popular espanhol, que o expulsou na sequência deste escândalo financeiro.

O economista foi vice-presidente e ministro da Economia do Governo de José María Aznar, entre 1996 e 2004, e diretor-geral do FMI de junho de 2004 até junho de 2007.