A Embraer, que é a terceira maior fabricante de aeronaves do mundo, e a gigante Boeing declararam que, embora a fusão já tenha sido aprovada pela Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos, o anúncio de uma segunda fase de análises pelo regulador europeu adiou a transação para o próximo ano.
“As empresas esperam que a transação seja concluída no início de 2020″, disseram as empresas num comunicado divulgado hoje.
Os acionistas da Embraer aprovaram em fevereiro último a venda do controlo da sua divisão comercial à norte-americana Boeing para a criação de uma nova empresa avaliada em 5.260 milhões de dólares (4.788 milhões de euros).
Por acordo entre as duas companhias, a Embraer, que atua nos segmentos de aviação comercial, executiva, de defesa e segurança, e aviação agrícola, vende 80% da sua divisão de aeronaves comerciais por 4.200 milhões de dólares (3.823 milhões de euros) à Boeing, que terá todo o controlo da nova sociedade.
A brasileira ficará com os 20% restantes da nova empresa, que será denominada “Boeing Brasil-Commercial”.
Após a aprovação dos acionistas da Embraer, a fusão depende apenas dos órgãos reguladores de vários países. Embora a transação já tenha sido aprovada para operar nos Estados Unidos, na Europa a situação ainda está em estudo.
Segundo analistas, o acordo entre estas duas empresas procura neutralizar a associação entre a canadiana Bombardier do Canadá e a gigante aeronáutica europeia Airbus.
A criação de uma ‘joint venture’ para desenvolver e comercializar em conjunto o avião brasileiro de carga militar KC-390, através de uma segunda empresa dedicada à promoção e desenvolvimento de novos mercados na área de defesa, também foi destacada nos comunicados das companhias.
Sob os termos da parceria proposta, a Embraer terá uma participação de 51% na ‘joint venture’, enquanto a Boeing terá os 49% restantes.
A Embraer é fabricante e líder mundial de aeronaves comerciais com até 150 assentos e tem mais de 100 clientes em todo o mundo.
A empresa brasileira mantém unidades industriais, escritórios, centros de serviço e de distribuição de peças, entre outras atividades, na América, África, Ásia e Europa.
Em Portugal, no Parque de Indústria Aeronáutica de Évora, funcionam duas fábricas da Embraer, sendo que a empresa também é acionista da OGMA – Indústria Aeronáutica de Portugal, com 65% do capital, em Alverca, Lisboa.
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