No documento, para o período 2024-2028, o executivo destacou que, “de acordo com as expectativas implícitas nos mercados de futuros, o preço do petróleo deverá diminuir ligeiramente” para cerca de 79,1 dólares por barril este ano, face aos 82 dólares de 2023 “e prosseguir esta tendência ao longo dos próximos anos”.
Tendo por base estas expectativas, o executivo desenhou o cenário com um preço de 75,1 dólares por barril para 2025, descendo consecutivamente até aos 69,1 dólares em 2028.
O Governo analisou ainda os efeitos de um desvio de 20% nestas estimativas.
“Um cenário em que o preço do petróleo se situe 20% acima do assumido no cenário base implicaria um efeito negativo de 0,2 p.p. [pontos percentuais] no crescimento em volume do PIB [Produto Interno Bruto] em 2024, dissipando-se este efeito nos anos seguintes", indicou.
Segundo o PE, o “impacto em 2024 resultaria, essencialmente, de um menor crescimento do consumo privado e do investimento, parcialmente mitigado pelo decréscimo das importações”, sendo que “neste cenário, o deflator do consumo privado seria mais elevado por via do aumento do deflator das importações e, em menor escala, das demais componentes por via do seu conteúdo importado”.
Assim, indicou, “isto levaria a uma redução no PIB nominal de 0,3 p.p. em 2024, dissipando-se este efeito nos anos seguintes”.
De acordo com o Governo, “atendendo ao peso dos bens energéticos derivados do petróleo nas importações, deste choque resultaria uma deterioração da balança comercial e, consequentemente, da capacidade de financiamento da economia em cerca de 0,3 p.p. do PIB”.
Já no mercado de trabalho, o impacto na taxa de desemprego seria "residual em 2024", mas com um menor ritmo de redução da taxa de desemprego nos anos seguintes, acrescentam.
Por fim, este choque “traduzir-se-ia num menor ritmo de redução da dívida pública em percentagem do PIB em 0,2 p.p. em 2024, essencialmente devido ao menor crescimento do PIB nominal”, sendo que, “no saldo orçamental teria um efeito residual em 2024, com agravamento nos anos seguintes, essencialmente devido ao crescimento da despesa com prestações sociais”.
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