“Ao ritmo atual, e tendo em conta o alargamento da desigualdade desde o ano passado, o fosso só deverá ser fechado dentro de 170 anos”, indica o relatório de 2016.

As projeções baseadas em dados do relatório sobre as diferenças globais entre géneros de 2015 indicavam que o fosso poderia fechar-se dentro de 118 anos (em 2133). No entanto, este processo inverteu-se desde então e o período aumentou para 170 anos (2186).

O Fórum Económico Mundial, que analisa fatores como educação, saúde e sobrevivência, oportunidades económicas e participação política, revela que globalmente a igualdade se situa nos 68%, mas em termos económicos a percentagem de paridade desce para os 59%, uma proporção que, ainda assim, é a melhor desde 2008.

Segundo o relatório de 2016, divulgado esta madrugada, as mulheres ganham, em média, pouco mais de metade do que os homens, apesar de em geral trabalharem mais horas.

O número de mulheres em postos de responsabilidade também se mantém baixo: apenas quatro países em todo o mundo têm o mesmo número de homens e mulheres a exercerem a função de deputados, funcionários de alto nível e diretores, apesar de 95 países terem atualmente tantas mulheres como homens com formação universitária.

A educação é a área em que mais se avançou, com o Fórum Económico Mundial a atribui-lhe 95% em termos de igualdade. Apesar de uma ligeira deterioração, saúde e sobrevivência contabilizam 96%.

“Dois terços dos 144 países incluídos no relatório deste ano podem gabar-se de ter acabado completamente com a desigualdade de género no que toca à proporção de géneros no nascimento, enquanto mais de um terço fez fechar o fosso totalmente em termos de esperança de vida saudável”, destaca o relatório.

O setor em que a diferença de género é mais pronunciada, o empoderamento político, é também aquele em que se verificaram mais desenvolvimentos desde que o Fórum Económico Mundial começou a medir a desigualdade de género, em 2006.

Nesta área, a igualdade de género situa-se agora em 23%, mais 1% que em 2015 e quase 10% mais elevado que em 2006 – segundo o método do Fórum, quanto mais elevada a percentagem, menor a desigualdade.

No entanto, as melhorias acontecem tendo pontos de partida muito reduzidos: apenas dois países alcançaram paridade parlamentar e apenas quatro em cargos ministeriais.

O Fórum salienta que há “países que começam a disputar a tradicional hegemonia das nações nórdicas no ‘ranking’ da igualdade de género”.

Apesar de os quatro primeiros lugares, em termos de igualdade de género, pertencerem à Islândia, Finlândia, Noruega e Suécia, o quinto país mais bem colocado no índice global é o Ruanda, que ultrapassa a Irlanda, em sexto lugar.

Na lista de 144 nações, Portugal fica em 31.º lugar, mas desce de posição nos índices de participação e oportunidade económica (46.º), formação académica (63.º), saúde e sobrevivência (76.º) e empoderamento político (36.º).

Após a Europa e a América do Norte, a região com maior igualdade de género é a América Latina e o Caribe, com 70%, bem como a Europa de Leste e a Ásia Central.

A Ásia Oriental e o Pacífico conseguiram 68% de igualdade de género.

Quatro países da África Subsariana – Ruanda (5.º), Burundi (12.º), Namíbia (14.º) e África do Sul (15.º) – encontram-se nos primeiros 20 lugares, colocando a região na segunda posição, atrás da Europa Ocidental.

A região pior situada (com 61% de igualdade de género) é o Médio Oriente e o Norte de África.

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