Na agenda do 'site' do INE foi publicada uma nota que dá conta da antecipação da divulgação dos números do PIB do segundo trimestre para hoje.
"Dado o contexto atual em que o conhecimento de informação económica, ainda que por vezes incompleta, tem uma particular urgência, o INE antecipa a divulgação de resultados para o 2.º trimestre de 2020, tal como se espera que aconteça com outros estados membros da União Europeia", justifica.
No dia 29 de maio, o INE reviu a queda do PIB no primeiro trimestre para -2,3%, melhorando em 0,1 pontos percentuais a estimativa rápida que tinha divulgado no dia 15 do mesmo mês, de -2,4%.
A queda de 2,3% seguiu-se ao aumento de 2,2% no trimestre anterior, o último de 2019.
"A contração da atividade económica refletiu o impacto da pandemia covid-19 que se fez sentir de forma significativa no último mês do trimestre", podia ler-se na nota do INE divulgada na altura.
O contributo da procura externa líquida para a variação homóloga do PIB passou de positivo no quarto trimestre (de 1,1 pontos percentuais) a negativo, para - 1,3 pontos percentuais, observando-se uma diminuição mais intensa das exportações de bens e serviços (-4,9%) que a observada nas importações de bens e serviços (-2,0%).
A procura interna apresentou um contributo negativo (-1,1 pontos percentuais), pela primeira vez desde o terceiro trimestre de 2013, em resultado da diminuição do consumo privado e do investimento.
Comparativamente com o quarto trimestre de 2019, o PIB diminuiu 3,8% em termos reais (variação em cadeia de 0,7% no trimestre anterior), verificando-se um contributo negativo da procura externa líquida (-1,8 pontos percentuais) para a variação em cadeia do PIB, após ter sido positivo (1,5 pontos percentuais) no trimestre anterior.
A procura interna registou um contributo mais negativo que no trimestre anterior, passando de -0,7 pontos percentuais para -2,0 pontos percentuais no primeiro trimestre.
As medidas para combater a pandemia paralisaram setores inteiros da economia mundial e levaram o Fundo monetário Internacional (FMI) a fazer previsões sem precedentes nos seus quase 75 anos: a economia mundial poderá cair 4,9% em 2020, arrastada por uma contração de 8% nos Estados Unidos, de 10,2% na zona euro e de 5,8% no Japão.
Para Portugal, a Comissão Europeia prevê que a economia recue 9,8% do PIB em 2020, uma contração acima da anterior projeção de 6,8% e da estimada pelo Governo português, de 6,9%.
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