Fernández entregou ao líder brasileiro a chefia do bloco Mercosul, que inclui também o Paraguai e o Uruguai, encerrando assim a Cimeira de Chefes de Estado do grupo sul-americano, realizada num hotel em Puerto Iguazú, onde se encontram as famosas cataratas.

Luiz Inácio Lula da Silva sublinhou que o Mercosul tem pela frente “compromissos inadiáveis” e citou as negociações com a EU.

“Precisamos de concluir o acordo Mercosul-UE”, afirmou.

Nesse sentido, anunciou que, na quarta-feira, pretende manter uma conversa telefónica com o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, que acaba de assumir a presidência do bloco europeu, para discutir e começar a desbloquear o diálogo.

Lula da Silva declarou que enviará o mais rápido possível a resposta do Mercosul à nova carta de compromissos ambientais anexada pelo bloco da UE ao acordo firmado em 2019, com a intenção de fechar “um acordo definitivo ainda neste semestre”.

Por sua vez, Fernández disse que estava a entregar a presidência semestral do bloco sul-americano a um “grande presidente e um amigo admirado por todos os argentinos”.

“Nas suas mãos está a responsabilidade de liderar este momento o Mercosul com os ideais e a convicção política que sempre o caracterizaram”, disse Fernández, na cerimónia.

O Brasil, a maior potência da América Latina, ocupará até dezembro a presidência rotativa do grupo, que nos últimos seis meses do ano foi exercida pela Argentina, com a missão de desbloquear as negociações comerciais com a União Europeia.

O Mercosul e a UE chegaram a um acordo abrangente em 2019, após duas décadas de negociações, mas o processo de ratificação estagnou diante de novas exigências de ambos os blocos.

As negociações com a UE foram o principal tema desta reunião, que contou com a presença, pela primeira vez desde 2019, dos chefes de Estado dos quatro membros efetivos do bloco: Alberto Fernández (Argentina), Lula da Silva (Brasil), Mario Abdo Benítez (Paraguai) e Luis Lacalle Pou (Uruguai).

Estiveram também presentes Luis Arce, Presidente da Bolívia, Estado associado em processo de adesão, e o Presidente eleito do Paraguai, Santiago Peña, que tomará posse em 15 de agosto.