A ASMIP realizou um inquérito às 680 empresas suas associadas, que decorreu nos últimos dias do período de confinamento, com o objetivo de analisar os impactos da pandemia na mediação imobiliária e cujos resultados foram hoje divulgados, em comunicado.
Das empresas inquiridas, 67,6% sentiu uma quebra da atividade, entre os meses de março e maio, enquanto apenas 21,6% afirmou que se manteve igual ou melhorou.
As empresas que sentiram a diminuição da atividade calcularam essa quebra em cerca de 50%.
No sentido oposto, cerca de 10% das empresas registou um aumento da procura, entre 1% a 5%.
Quanto ao tipo de negócios realizados, 73% dos inquiridos disse que se concentram em vendas habitacionais ao cliente final, enquanto apenas 14,9% afirmou serem direcionados ao investimento.
O inquérito concluiu ainda que, no período em análise, houve mais procura por imóveis usados (60,8% das respostas), em relação ao último trimestre de 2019.
Segundo a ASMIP, a tipologia mais vendida no primeiro trimestre de 2020 foi o T2 (41,8%), logo seguida dos T3 (32,4%) e depois as moradias (12,1%).
Quanto às vendas, 47,3% dos inquiridos disse que se mantiveram nos primeiros três meses de 2020, comparando com o trimestre anterior, 41,9% acusaram descidas e apenas 10,8% garantiram que subiram.
Considerando as vendas na habitação residencial, no mesmo período, 50% dos inquiridos disse ter havido diminuição e 29% responderam que se mantiveram.
As respostas foram semelhantes no caso da habitação turística, espaços comerciais, escritórios e espaços industriais, refere a ASMIP.
Questionados sobre o futuro das vendas, para o mesmo tipo de imóveis, os associados da ASMIP demonstraram-se pessimistas, com a fasquia dos 50% de diminuição a ser sempre ultrapassada e, no caso da habitação turística, a chegar aos 83%.
No segmento de arrendamento, “a situação não é tão negativa”, diz a ASMIP, com 55,4% das empresas a garantir que os negócios se mantiveram e apenas 28,4% a afirmar que baixaram.
Já quanto às expectativas para o segundo trimestre deste ano, a diminuição é sempre superior aos 50% em todos os capítulos, exceto na habitação residencial, onde 41,8% espera a manutenção e 39,1% o aumento dos arrendamentos.
O “Grande Confinamento” levou o Fundo Monetário Internacional (FMI) a fazer previsões sem precedentes nos seus quase 75 anos: a economia mundial poderá cair 3% em 2020, arrastada por uma contração de 5,9% nos Estados Unidos, de 7,5% na zona euro e de 5,2% no Japão.
Para Portugal, o FMI prevê uma recessão de 8% e uma taxa de desemprego de 13,9% em 2020.
Já a Comissão Europeia estima que a economia da zona euro conheça este ano uma contração recorde de 7,7% do PIB, como resultado da pandemia da covid-19, recuperando apenas parcialmente em 2021, com um crescimento de 6,3%.
Para Portugal, Bruxelas estima uma contração da economia de 6,8%, menos grave do que a média europeia, mas projeta uma retoma em 2021 de 5,8% do PIB, abaixo da média da UE (6,1%) e da zona euro (6,3%).
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