“O meu último Eurogrupo vai ser marcado pela eleição do meu sucessor […] Temos três excelentes candidatos, que reuniram apoios entre os seus pares. Esta corrida renhida e este nível de candidaturas mostram que o Eurogrupo é mais importante e influente do que nunca”, comentou, numa mensagem vídeo publicada na sua conta oficial na rede social Twitter, a poucas horas do início da reunião, que se celebrará ainda por videoconferência.
Argumentando que “estes últimos dois anos mostraram como o Eurogrupo pode liderar não só a zona euro mas o conjunto da UE, ao aproximar ainda mais a União”, Centeno apontou que os três candidatos à sua sucessão — a espanhola Nadia Calviño, o irlandês Paschal Donohoe e o luxemburguês Pierre Gramegna — “estiveram em incontáveis reuniões de longas horas” e “sabem o quão importante este grupo é”.
“Estou seguro de que deixo o Eurogrupo em boas mãos”, afirmou.
Referindo-se à agenda daquela que é a última reunião do Eurogrupo a que presidirá, e na qual Portugal já estará representado pelo ministro João Leão, Mário Centeno disse que, antes da eleição, vai haver um debate sobre o estado da economia europeia, à luz das recentes previsões macroeconómicas intercalares de verão publicadas esta semana pela Comissão Europeia.
“A Comissão projeta uma forte recessão em toda a Europa este ano. Estes números ainda não refletem o impacto do pacote de recuperação [que está a ser negociado pelos 27]. Espero que esta reposta política altere este destino, ajudando-nos a amortecer o choque e a proteger o mercado único”, declarou.
Centeno defendeu ainda que não deve haver “pressa em abandonar os estímulos económicos, pois tal pode prejudicar a retoma”.
O grande destaque da agenda é contudo, inevitavelmente, a eleição do sucessor de Centeno, que poderá ser sucessora, até porque a socialista espanhola Nadia Calviño, a candidata apoiada por Portugal, tem reunido fortes apoios, o mais recente dos quais da França, anunciado hoje.
Os três candidatos farão curtas intervenções na reunião de hoje, celebrada à distância devido às restrições relacionadas com a pandemia de covid-10, após o que terá início a votação — secreta e eletrónica –, vencendo aquele que obtiver maioria simples, ou seja, os votos de pelo menos 10 dos 19 países da zona euro, pelo que poderá haver necessidade de uma segunda volta para ‘afastar’ uma das três candidaturas.
O novo presidente, que participará já na conferência de imprensa no final da videoconferência, assumirá funções na próxima segunda-feira, 13 de julho, dado o mandato de Centeno expirar no dia 12, e liderará o Eurogrupo nos próximos dois anos e meio, até final de 2022.
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