A Portugal Ventures é uma sociedade gestora de fundos de capital de risco público. Isto significa que investe capital próprio em empresas em desenvolvimento e crescimento, tendo como contrapartida uma posição minoritária das mesmas.

Este tipo de investimento é considerado de risco já que, ao contrário de outras formas de financiamento tradicionais, não é recompensado através de juros do capital investido. O retorno depende do sucesso ou insucesso das empresas. É também por isso que, para além do capital disponibilizado e apesar de não ganhar controlo sob a empresa, também a apoia na sua gestão, através de conhecimentos que apoiem o desenvolvimento da mesma e a sua valoração.

Regra geral, este apoio também melhora os rácios financeiros, facilitando o acesso a diversos outros programas de incentivos ou mesmo outros instrumentos financeiros tradicionais.

O Capital de Risco (também conhecido como Venture Capital) é um investimento de curto ou médio prazo. Por natureza, é sempre um investimento temporário. Isto significa que, a determinada altura, a saída da sociedade gestora do fundo de capital de risco é algo já esperado. Na gíria das startups, este processo é conhecido como exit [saída] ou desinvestimento e pode ocorrer de várias formas. Tanto pode ser definido previamente no momento do contrato, como pode ocorrer de forma espontânea. Regra geral, esse desinvestimento pode surgir através da venda da participação aos antigos titulares, venda em Mercado de Bolsa ou venda de participação a terceiros.

Esta é uma das principais fontes de financiamento de startups sendo que, nos primeiros 8 meses do ano, a Portugal Ventures tornou-se acionista de um total de 47 novas startups.

A Zaask e o Mercadão figuravam no seu portfólio desde 2013 e 2019, respetivamente, e foram agora vendidas a terceiros. A Zaask terá sido comprada pela Worten, empresa de retalho de eletrónica do GrupoSONAE, líder nessa área de negócio especializado, e a startup Mercadão foi adquirida pela Glovo, plataforma de entregas personalizadas.

Este é o principal objetivo de sociedades gestoras de fundos de capital de risco como a Portugal Venture: chegar à fase de desinvestimento. Isto porque a recompensa é retirada dos possíveis ganhos decorrentes da alienação da participação ou desinvestimento.

Nestes dois casos específicos, não são conhecidos os detalhes das vendas, nem a recompensa do Capital de Risco, no entanto segundo João Pereira, diretor da Unidade de Investimento de Digital da Portugal Ventures, "estes eventos são o melhor reconhecimento da qualidade e potencial do novo ecossistema empresarial português e dos seus participantes, com destaque aos seus fundadores".