"É um crescimento acima da média da zona euro, o que mostra que mais uma vez Portugal continua a convergir com a União Europeia", disse o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital aos jornalistas, à entrada para uma reunião do Conselho Permanente de Concertação Social (CPCS), em Lisboa.
Pedro Siza Vieira reagia assim aos números do PIB do terceiro trimestre, momento em que a economia portuguesa caiu 5,8% face ao mesmo período do ano passado, mas recuperou 13,2% face ao segundo trimestre deste ano.
"Isto significa que, de facto, a trajetória económica estava a ser consistente com as projeções do Governo, no sentido em que depois de uma contração muito abrupta e violenta no segundo trimestre, estávamos a ter uma recuperação também muito rápida e forte no terceiro trimestre", salientou o governante.
O Governo prevê para este ano uma recessão de 8,5%, de acordo com as projeções macroeconómicas associadas à proposta de Orçamento do Estado para 2021.
Porém, o ministro reconheceu que as notícias relativas à atual situação sanitária "não são boas", o que poderá "vir a ter algum impacto ao nível da economia no último trimestre deste ano".
"Aquilo que podemos sentir é que se tivermos de fazer algumas contrações, se temos alguns dos nossos principais mercados de exportações, como a Alemanha, a França ou a Espanha, em situações de mais restrições de atividade social, isso não vai ter um impacto positivo", prosseguiu.
"Por isso é que temos de ser mais ambiciosos nos apoios que vamos dar, no emprego e às empresas, para permitir ultrapassar, mais uma vez, este percurso", reforçou Pedro Siza Vieira.
Para o ministro, "a coisa mais importante é o controlo do ritmo de contágios", sendo que "o maior contributo que cada um dos cidadãos pode dar para a melhoria da situação económica e do emprego é ser extremamente responsável e cauteloso na forma como se comporta".
O governante assinalou também que o Orçamento do Estado para 2021 está pensado para "ajudar a gerir várias possibilidades de comportamento da economia e da pandemia", pelo que "é importante" haver "um desfecho positivo", com a sua aprovação também na especialidade.
O Produto Interno Bruto (PIB) português caiu 5,8% no terceiro trimestre do ano face ao mesmo período de 2019, mas recuperou 13,2% face ao segundo trimestre deste ano, divulgou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).
"No terceiro trimestre de 2020, o Produto Interno Bruto (PIB) em termos reais registou uma redução homóloga de 5,8%, após a forte contração de 16,4% no trimestre anterior", pode ler-se numa estimativa rápida hoje divulgada pelo INE.
Já face ao segundo trimestre, "o PIB aumentou 13,2% em termos reais o que compara com a forte contração observada no trimestre anterior (variação em cadeia de -13,9%)".
Comentários