"O ministro foi muito recetivo, ficou satisfeito com as propostas como nós fizemos (…) e temos boas perspetivas que elas possam ser incluídas agora no plano nacional de investimentos e fechar um conjunto de investimentos que nós queremos para uma boa relação entre os dois lados desta eurorregião [Norte de Portugal-Galiza]", afirmou Luísa Salgueiro no fim da reunião com o ministro.
Segundo a responsável, tal como o Eixo Atlântico, Pedro Marques, entendeu que "aquilo que agora foi proposto faz sentido, na medida em que vai complementar grandes investimentos que neste momento já estão em curso do lado português, como a linha do Norte e a linha do Minho".
O Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular, organismo que congrega 38 municípios do Norte de Portugal e da Galiza, apresentou hoje ao Ministro do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques, um pacote de investimentos em infraestruturas que contempla a eurorregião, numa altura em se discute o Programa Nacional de Investimentos 2030.
Em declarações à Lusa, a vice-presidente do Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular, disse que em causa estão investimentos "com uma dimensão pouco significativa do ponto de vista do seu custo, mas com grande repercussão no que toca ao potenciamento do efeito económico que podem ter".
"A ligação da Linha do Minho ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro é para nós muito importante, é uma das que nos destacamos, assim como o ‘bypass' que permita acesso direto de Braga à Linha do Minho", afirmou.
A construção de um terminal ferroportuário em Leixões, para fazer face ao crescimento contínuo do tráfego de contentores e a continuação da ligação de Alta Velocidade Porto/Vigo são outras das propostas do Eixo que defende ainda a integração da Linha do Vouga na rede suburbana do Grande Porto, considerando-a um fator fundamental para a reestruturação da mobilidade em toda a região.
"O atual serviço ferroviário da Linha do Vouga não oferece as condições necessárias para que possa ser assumido como uma alternativa viável aos movimentos pendulares da população", defende o Eixo, acrescentando que apesar da localização geográfica favorável, as populações de São João da Madeira, Santa Maria da Feira e Oliveira de Azeméis encontram-se atualmente longe da rede principal (Linha do Norte).
Segundo a proposta que foi hoje apresentada ao Ministro do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques, "num estudo sobre a viabilidade da Linha do Vouga realizado para a Área Metropolitana do Porto, estima-se que seriam necessários 68 milhões de euros para mudar o indicador e ajustar a rota entre Oliveira de Azeméis e Espinho, permitindo viagens diretas entre Azeméis e Porto".
A Associação transfronteiriça Eixo Atlântico propõe ainda "a constituição de um novo nó entre a Linha do Vouga e a Linha do Norte na zona do Europarque, em Santa Maria da Feira".
No pacote de investimentos defende-se que "a constituição desta nova estação ferroviária (cerca de quatro quilómetros da Linha do Norte) pode desempenhar um papel fundamental no reforço da multimodalidade na região e, ao mesmo tempo, contribuir para o tráfego da Linha do Norte, tanto no movimento de e para o Porto a partir de e para Aveiro".
No documento consta também uma proposta da Câmara Municipal de Bragança que "propõe analisar a viabilidade de estabelecer uma relação ferroviária que permita que Porto e Bragança sejam novamente comunicados por via férrea."
O documento intitulado "Segundo pacote de infraestruturas do Eixo Atlântico" enquadra-se dentro da atividade da Agenda Urbana do Eixo Atlântico do projeto MC2, cofinanciado pelo Programa Operacional de Cooperação Transfronteiriça INTERREG V A Espanha - Portugal (POCTEP).
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