O empresário checo já comprou a revista semanal Marianne e prepara-se para adquirir outras, entre as quais a Elle.
Esta aliança, se se concretizar, “vai levar a uma tomada de posição minoritária do Czech Media Invest [o grupo de Kretinsky] na sociedade Le Nouveau Monde”, que tem a participação do banqueiro no diário Le Monde, detalhou a LNEI, em comunicado.
Esta transação permitiria a Daniel Kretinsky, magnata checo que fez fortuna na energia, através do grupo EPH, e que se diversificou para a comunicação social, garantir presença, indiretamente, no capital do diário francês.
Matthieu Pigasse, através da sua filial “Le Nouveau Monde”, controla em partes iguais com Xavier Niel, o fundador da Free, e outros investidores, entre os quais o grupo espanhol Prisa, a sociedade “Le Monde Libre”, que possui 75% do capital da sociedade editora do Le Monde.
É esta última que publica o diário homónimo, bem como os outros títulos do grupo, como Télérama, Courrier International e Le Monde Diplomatique.
Segundo informações divulgadas pelo Le Monde, e confirmadas pelo próprio Pigasse, este pretende ceder ao CMI “entre 40% a 49%” da sua filial “Le Nouveau Monde”.
O jornal adiantou que o seu coacionista procurava desde há alguns meses um investidor “para o apoiar financeiramente”, mas que tem a intenção de manter o controlo do LNEI e do Le Nouveau Monde e continuar a ser cogestor do diário.
Esta modificação potencial da estrutura acionista do título provocou inquietações no interior da publicação.
Em comunicado publicado no site do jornal, o “polo independência”, que junta as sociedades de redatores, assalariados, leitores e fundadores da publicação, e que detém os restantes 25% da sociedade editora, destacou “a brutalidade do anúncio”.
Representantes deste grupo de acionistas pediram para serem recebidos “rapidamente” por Niel e Pigasse, bem como Kretinsky “ou o seu representante em França”, para “esclarecer as suas intenções e obter da sua parte as garantias indispensáveis do respeito dos valores e regras de independência que regem o conjunto dos títulos do grupo Le Monde”.
A ‘holding’ Les Nouvelles Éditions Indépendantes (LNEI) agrupa as participações pessoais de Matthieu Pigasse, presidente do banco Lazard France, na comunicação social, que inclui os títulos Inrocks, Radio Nova, L’Obs, Le Monde, Mediawan (produção audiovisual), além do festival Rock en Seine.
Em França, o Czech Media Invest comprou em julho a Marianne e está em vias de concluir negociações com o grupo Lagardère para lhe adquirir um conjunto de revistas, entre as quais Elle, Télé 7 Jours, France Dimanche, Ici Paris ou Public.
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