Pelas 15:40, a manifestação, convocada pela InterJovem CGTP-IN, partiu do Campo das Cebolas, em Lisboa, seguindo em direção à Assembleia da República, ao som de palavras de ordem como “Presente com estabilidade. Futuro com dignidade”.
Os jovens trabalhadores, que empunhavam bandeiras da central sindical, reclamam o aumento geral dos salários em 90 euros, a fixação do salário mínimo em 850 euros, a redução do horário de trabalho para 35 horas semanais e o fim da precariedade.
Além de melhores condições laborais, os manifestantes deixaram um apelo à paz, fazendo uma alusão ao conflito na Ucrânia.
Na chegada à Assembleia da República, Dinis Lourenço da InterJovem saudou “a luta e a força dos jovens trabalhadores”, que também se mobilizam “contra a guerra e pela paz”.
Em declarações aos jornalistas, a secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha, vincou que os trabalhadores exigem ao Governo uma resposta imediata às reivindicações apresentadas.
“Não podemos continuar, no nosso país, com este modelo de baixos salários, precariedade, horários longos e desregulados e de uma legislação laboral que não garante a contratação coletiva”, sublinhou, notando que tal exige a alteração das políticas.
Isabel Camarinha referiu ainda que o país “produz riqueza suficiente” para que os trabalhadores tenham “uma vida digna, salários dignos, condições de trabalho e vínculos estáveis”.
Por outro lado, lamentou os benefícios dados “aos grandes grupos económicos e ao grande capital”, que distribuem elevados dividendos.
A CGTP defendeu também que estão reunidas as condições para o aumento do salário mínimo, reiterando que, para tal, é necessária vontade política.
Contudo, lembrou que “uma maioria absoluta, não é um poder absoluto”.
A secretária-geral da CGTP lembrou que a “especulação” verificada nos preços da energia e dos combustíveis podia ter sido evitada, uma vez que as empresas em causa “já foram do Estado”, tendo sido depois privatizadas.
“O Governo tem que ouvir os trabalhadores. Os jovens estão a emigrar e o Governo tem condições [para melhorar a vida dos trabalhadores]. O partido socialista não precisava da maioria absoluta para o fazer. Já tinha nas legislaturas partidos que garantiam o seu voto nas propostas de lei”, concluiu.
A manifestação nacional da juventude trabalhadora também se realizou no Funchal e no Porto.
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