“A empresa transmitiu à Câmara Municipal de Estarreja a difícil decisão de suspender o investimento”, informa a autarquia, na sua página na Internet.
De acordo com o que foi transmitido pelo grupo britânico, a suspensão deve-se a uma reavaliação das opções, face à crise provocada pela pandemia da covid-19”.
De acordo com a comunicação à Câmara, a decisão “nada teve a ver com uma mudança da visão de Estarreja como local de produção”, sendo a principal razão a perspetiva de redução de vendas no setor automóvel.
A INEOS aponta que foi forçada a rever o investimento previsto, face “à mudança de paradigma, devido à diminuição da produção regular dos fabricantes de automóveis na Europa”.
O fabricante salienta que a previsão para o setor automóvel é de vir a registar “uma quebra de vendas na ordem dos 20% a 30%, para os próximos anos”.
O CEO da Ineos Automotive, Dirk Heilmann, justificou que “o novo cenário permitirá à INEOS produzir o Grenadier numa unidade industrial já em funcionamento”.
Irá assim “usufruir da força de trabalho com histórico de construção na área automóvel e da capacidade técnica instalada, que possibilita a fabricação de outro produto”.
O recurso a uma das fábricas do grupo já existentes, na ótica do administrador, “anula os riscos inerentes à construção e arranque de uma nova unidade fabril”.
O grupo inglês INEOS Automotive anunciou em janeiro que iria fabricar um novo veículo 4x4, o “Grenadier”, cujo chassi e carroçaria seriam produzidos em Estarreja, num investimento de 300 milhões de euros.
Para o presidente da Câmara de Estarreja, Diamantino Sabina, a decisão “constitui um duro golpe para o Município” e “um revés naquilo que poderia ser um salto qualitativo em termos económicos e sociais”.
“A covid-19, neste caso, foi-nos fatal, neste caso, mas não podemos esmorecer”, disse, referindo que o Eco Parque Empresarial de Estarreja “continua a registar uma procura considerável”.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 526 mil mortos e infetou mais de 11 milhões de pessoas, em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.598 pessoas das 43.156 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde, hoje divulgado.
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