Na terça-feira, dia seguinte à entrega da proposta do Governo do Orçamento do Estado para 2019 (OE2019) no parlamento, a deputada do BE Mariana Mortágua defendeu ser "natural" o voto favorável bloquista na generalidade, embora tivesse remetido a decisão para esta Mesa Nacional, órgão máximo do partido entre convenções.
Fonte bloquista adiantou à agência Lusa que a "proposta de orçamento apresentada pelo Governo, incluindo medidas importantes negociadas com o Bloco de Esquerda, tem ainda enormes restrições impostas pelo alinhamento europeu do Partido Socialista e por uma opção que prioriza a política de défice zero ao investimento estrutural que garanta a universalidade dos serviços públicos".
Contudo, insistiu a fonte, apesar das "restrições", na proposta do OE2019 entregue pelo Governo no parlamento estão "refletidos os resultados da negociação à esquerda".
"Registamos que o Partido Socialista reconhece hoje o sucesso desta opção, mesmo sabendo que foi garantida por medidas que, não constando do seu programa, foram negociadas à esquerda apesar das hesitações e recuos do próprio Partido Socialista", sublinhou a mesma fonte, deixando claro que "é necessário ir mais longe".
No final da reunião deste órgão máximo do partido entre convenções nacionais, a coordenadora do BE, Catarina Martins, dará uma conferência de imprensa, como é habitual, para adiantar aos jornalistas as principais conclusões.
No domingo, em declarações à RTP e à agência Lusa, em Madrid, à margem da Universidade de Outono do partido espanhol Podemos, Catarina Martins enalteceu os "bons resultados" da negociação para o OE2019, destacando "a aproximação em matérias que parecia haver divergências insanáveis", mas avisou que o "trabalho vai continuar na especialidade".
Numa entrevista esta semana à Rádio Renascença e ao Público, a líder bloquista adiantou uma destas propostas sobre as quais o partido vai avançar na especialidade: o IVA da eletricidade na potência contratada.
"O Governo apresentou apenas a possibilidade de descida do preço do contador e para contadores até 3,45kW, o que é uma potência muito baixa, não atinge praticamente ninguém. Pelo que sabemos dos números do Governo, seria perfeitamente possível baixar o IVA do contador até, pelo menos, 6,9 kW, que é a potência de referência para a tarifa social da eletricidade", concretizou.
Comentários