Em comunicado, a Associação de Operadores do Porto de Lisboa acusa de “desrespeito” o Sindicato Nacional dos Estivadores por ter marcado uma greve para 27 julho para a maioria dos portos nacionais, depois do acordo alcançado no final de junho, que inclui aumentos salariais.
“Para a convocação desta greve, o sindicato apresenta motivos que não envolvem o Porto de Lisboa, não deixando, contudo, de o penalizar diretamente com a greve”, refere a Associação dos Operadores do Porto de Lisboa (AOPL).
Em 28 de junho, a Associação dos Operadores do Porto de Lisboa e o Sindicato dos Estivadores chegaram a um pré-acordo de atualização salarial, que prevê a atualização de todas as cláusulas pecuniárias em 4%, com retroatividade em 01 de janeiro de 2018, e uma atualização adicional de 1,5% a partir de janeiro de 2019.
Com este acordo, entretanto já ratificado por estes trabalhadores do Porto de Lisboa em plenário, os estivadores cancelaram três semanas de greve ao trabalho suplementar.
A direção da AOPL considera “incompreensível que um acordo importante para todos seja quebrado pelo sindicato duas semanas depois de ter sido aprovado”.
Os operadores dizem que por considerarem que “a paz social é importante para garantir o sucesso do Porto de Lisboa” é que fizeram um “esforço financeiro” para fazer o acordo de junho e evitar três semanas de greve, pelo que a “atitude de marcar uma greve de 24 horas para dia 27 de julho mostra um total desrespeito pelo acordo alcançado, desvalorizando o esforço de todos os que trabalharam para o atingir”.
A denúncia do acordo foi comunicada hoje por carta ao Sindicato dos Estivadores, diz a AOPL.
Os Estivadores convocaram uma greve de 24 horas a partir das 08:00 de 27 julho nos portos de Lisboa, Setúbal, Sines, Figueira da Foz, Leixões, Caniçal, Ponta Delgada e Praia da Vitória, até às 08:00 de 28 de julho, contra “a crescente proliferação de práticas anti-sindicais nos diversos portos portugueses, revestindo-se estas de extrema gravidade no porto de Leixões, permanecendo ainda graves no porto do Caniçal”.
Aquele sindicato, de âmbito nacional, em comunicado divulgado, acusa as empresas portuárias dos portos abrangidos pela greve de comportamentos que configuram diferentes tipos de “assédio moral, desde perseguição a coação, desde suborno à discriminação, desde as ameaças de despedimento à chantagem salarial”, e que visam colocar uns trabalhadores contra outros e evitar a sua sindicalização.
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