O responsável falava à Lusa no dia em que a Parpública divulgou uma “expressiva melhoria” dos seus resultados relativos ao primeiro semestre do ano, em que passou de prejuízo a lucro de 46,5 milhões de euros, com a aplicação dos mesmos critérios contabilísticos.
Recentemente, a TAP, detida a 50% pela Parpública, divulgou que os prejuízos do grupo TAP se agravaram no primeiro semestre deste ano para 119,7 milhões de euros, face aos 90 milhões de euros negativos do período homólogo, afetados pelo mercado brasileiro e aumento de custos com o pessoal.
No universo das participadas da Parpública, a TAP, no entanto, não é objeto de consolidação integral porque a ‘holding’ do Estado não dispõe do controlo de gestão.
Apesar disso, segundo Miguel Cruz, não pode deixar de ser destacado o facto de estes resultados terem ficado “aquém” do esperado, até porque ocorrem após um exercício económico onde se verificou um prejuízo de magnitude semelhante.
Daí a necessidade de acompanhar “com muita atenção” os próximos meses, acrescentou.
O responsável reconhece, contudo, que é necessário ter em conta a forte sazonalidade no negócio do transporte aéreo, que justifica que os resultados do primeiro semestre sejam normalmente piores do que os anuais, a que acrescem os “sinais positivos” que parecem apontar para uma melhoria operacional, sobretudo nos meses do verão, num contexto particularmente complexo para o setor.
De acordo com o responsável, o aumento dos resultados do grupo Parpública foi, em grande medida, influenciado pelos efeitos positivos da redução do seu endividamento, que mantém uma trajetória de forte redução, tendo diminuído, neste triénio, de 3,6 mil milhões no início de 2017 para 2,7 mil milhões no início de 2018, 2,2 mil milhões no início de 2019 e 1,5 mil milhões no final do primeiro semestre de 2019.
Esta redução, e a inerente diminuição dos juros suportados, tem vindo a contribuir de forma muito significativa para a obtenção de resultados líquidos positivos e para a consolidação da situação financeira da ‘holding’ e do grupo, sinalizou.
Em consequência, acrescentou, os indicadores financeiros continuam a evoluir muito favoravelmente, demonstrando a adequação da estratégia que vem sendo seguida e que visa o reforço da sustentabilidade económica e financeira, nomeadamente com as melhorias dos rácios de solvabilidade e de autonomia financeira, que passaram, entre períodos semestrais homólogos de 2018 e de 2019, de 120% para 150% e de 55% para 60%, respetivamente.
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