Falando durante a apresentação das contas de 2017 do grupo Sonae e solicitado a comentar a afirmação do presidente da Altice Portugal, Alexandre Fonseca, que numa entrevista publicada hoje pelo DN considera que o negócio é “fundamental para o país”, Paulo Azevedo disse, de forma irónica: “Não sei a que país é que ele se está a referir”.
“Não estou a ver a vantagem [do negócio] e estou a ver muitos inconvenientes”, acrescentou.
Gracejando que ainda ia ser alvo de “outra queixa-crime”, o líder da Sonae revelou que não chegou a ser notificado no âmbito da queixa-crime que a Altice anunciou que iria apresentar contra si na sequência de afirmações que fez em outubro.
Na altura, Paulo Azevedo criticou a “não decisão” da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) sobre a compra da Media Capital pela Altice e declarou que o negócio “criará condições” para a “descoberta de uma operação ‘Marquês’ dez vezes maior”.
Em 15 de fevereiro, a Autoridade da Concorrência (AdC) decidiu abrir uma investigação aprofundada à compra do grupo Media Capital pela Altice por existirem "fortes indícios" de que a operação poderá resultar em "entraves significativos" à concorrência.
Além da TVI, o grupo Media Capital engloba, entre outros, a produtora de conteúdos televisivos Plural, as rádios Comercial, M80, Cidade FM, Smooth FM e Rádio Vodafone, o portal IOL e a plataforma de conteúdos sobre Internet TVI player.
A Altice, que comprou em junho de 2015 a PT Portugal por cerca de sete mil milhões de euros, anunciou em julho passado que tinha chegado a acordo com a espanhola Prisa para a compra da Media Capital, dona da TVI, entre outros meios, por 440 milhões de euros.
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