“Relativamente à questão dos danos, obviamente que a Caixa enquanto arma de arremesso político sofre sempre e estar meses e meses com notícias que não são positivas, sofre”, disse Paulo Macedo aos jornalistas, durante a visita à agência do banco em Lisboa, no Lumiar, renovada nas condições de atendimento aos clientes.
Segundo o gestor, perante as tantas notícias sobre a Caixa Geral de Depósitos (CGD), a resposta do banco é “estar mais perto dos clientes” para “minimizar o desfoque do negócio e da atividade”.
“A Caixa tem de se renovar e dar melhores condições aos 3,5 a quatro milhões de clientes que tem”, afirmou.
Além da agência no Lumiar, em Lisboa, hoje também foi apresentada a renovada agência na Avenida da Boavista, no Porto, segundo Macedo.
A CGD tem estado envolta em polémica desde que foi conhecida há três semanas a auditoria à gestão entre 2000 e 2015, que revelou a concessão de créditos mal fundamentada, atribuição de bónus aos gestores com resultados negativos, interferência do Estado e aprovação de empréstimos com parecer desfavorável ou condicionado da direção de risco, com prejuízos significativos para o banco público.
O presidente executivo, Paulo Macedo, tem dito desde então em várias intervenções públicas que este debate político e mediático provoca danos na instituição e que mais quatro meses de nova comissão de inquérito continuarão a desestabilizar.
“Respeitamos a Assembleia da República mas era bom que alguém de vez em quando, designadamente alguém que soubesse de gerir empresas, percebesse o que é estar a trabalhar e falar com clientes como se fosse nada, e isso não existe”, disse no início de fevereiro, no parlamento, o gestor e ex-ministro da Saúde do governo PSD/CDS-PP liderado por Passos Coelho.
A CGD teve lucros de 496 milhões de euros em 2018, bem acima dos 51,9 milhões de euros registados em 2017, sendo o segundo ano consecutivo de lucros do banco público, depois de entre 2011 e 2016 os prejuízos acumulados terem superado os 3.800 milhões de euros.
Paulo Macedo tomou posse como presidente executivo da CGD em 01 de fevereiro de 2017, sucedendo a António Domingues, que teve um curto mandato de quatro meses devido à polémica em torno de não ter sido tornada pública a sua declaração de rendimento e património.
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